Na segunda-feira, não me contive e corri para comprar meu ingresso. Continuava confiante no título e nem me importava com o que diziam os matemáticos sobre nossas chances. Diferente do Renato, eu confio na Mística do Manto, pois, quando se trata de Flamengo, impossível é uma palavra que não existe. Resumindo: deixei tudo pronto para assistir a um grande jogo do Flamengo.
Passei a semana ansioso por essa rodada. Os tropeços de alguns rivais me deixaram animado e cheio de esperança. Na quarta-feira, fiz algo raro: assisti ao jogo do Vasco. Na quinta-feira, acordei bem cedo, comprei os jornais e fiquei contando as horas para o jogo. Às dezoito horas, saí de casa com meu Manto Sagrado e parti para a aventura de ir ao Engenhão. Trem lotado, dificuldades para acessar o estádio, e quando entrei, o jogo já havia começado. Mas tudo vale a pena pelo Flamengo.
Se fosse pela Magnética, o Flamengo teria vencido de goleada! O Setor Leste do Engenhão estava completamente lotado, e o apoio aos jogadores não faltou. Nossa torcida dá um show! Que orgulho tenho de fazer parte dela! Sei que a maioria ali também enfrentou dificuldades para chegar, mas o amor pelo Flamengo supera tudo isso! Falta é o time saber disso!
No começo do jogo, tudo parecia truncado, com os dois times se respeitando e jogando de forma cautelosa demais. Confesso que, em alguns momentos, parecia que o Flamengo iria se impor, mas o tempo foi passando, passando, e nada. O árbitro, por sua vez, errava muito para ambos os lados, e no final do primeiro tempo, a torcida vaiou a atuação pífia dos nossos jogadores. Não tiro a razão.
O segundo tempo parecia o reflexo do primeiro, mas o Flamengo foi murchando e deixando o Figueirense jogar. Parecia que estávamos jogando fora de casa. Em certo momento, o Figueirense passou a explorar os contra-ataques, e em um deles, Paulo Victor precisou sair nos pés do atacante, resultando em um pênalti marcado pelo árbitro. Paulo Victor defendeu, a torcida inflamou, e até o time parecia energizado, mas foi só uma ilusão. Luxa ainda colocou Thomás e Muralha nos lugares de Aírton e Renato, que saiu muito vaiado pela fraca atuação e pelas bobagens que anda falando. Mesmo com as substituições, o Flamengo pouco mudou, e o Figueirense já se contentava com o empate.
Ronaldinho precisa receber seu pagamento. Talvez tenha feito sua pior partida pelo Flamengo, errando quase tudo que tentou e sendo completamente nulo em campo. Thiago Neves foi um pouco melhor, mas ainda muito abaixo do que pode render. O mesmo vale para o restante da equipe. Por incrível que pareça, o jogador mais ousado foi nosso zagueiro Alex Silva, que, além de muito bem na defesa, se arriscou algumas vezes no ataque com qualidade.
O jogo terminou com o placar em branco e a torcida chamando o time de sem vergonha. A partir de agora, a vaga para a Libertadores é obrigação! Como Luxemburgo e Patrícia Amorim vêm repetindo, o planejamento deste ano foi todo baseado nessa vaga e não no título. Portanto, conquistar essa vaga é o mínimo que a equipe pode fazer pela torcida. Para o próximo ano, fica o bom conselho do Renato: só investir não adianta. E ele está certo, especialmente quando o investimento não rende o esperado! Agora é focar na Libertadores-12!
PS: Deixo claro que, se no próximo ano disputarmos a Libertadores e o Brasileiro com Renato e Léo Moura como titulares, não vamos muito longe em nenhum dos torneios. Agradeço aos dois pelos serviços prestados, mas chega uma hora em que a razão deve prevalecer. Ambos estão abaixo do nível necessário para o futebol profissional, e se quiserem encerrar suas carreiras no Flamengo, que seja no banco. Uma hora a idade pesa! Vide o Angelim!
SRN!
Tulio Rodrigues
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