Expo Flamengo no CFZ: as camisas que marcaram a carreira de Zico
No último fim de semana, o Centro de Futebol Zico (CFZ), no Recreio dos Bandeirantes, abriu suas portas para um mergulho na memória rubro-negra. A exposição de camisas históricas reuniu colecionadores, pesquisadores e torcedores apaixonados pela trajetória do Flamengo e, em especial, pela carreira de Zico.
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O encontro teve a curadoria de um grupo de colecionadores que, há anos, trabalham para preservar camisas e objetos originais. Eduardo Garcia, um dos organizadores, lembrou que a iniciativa retoma um movimento que havia perdido fôlego.
— Já tivemos encontros em 2016 e 2017, mas depois o clube não demonstrou interesse em manter. Decidimos seguir por conta própria e conseguimos realizar este primeiro, ainda pequeno, mas com a ideia de crescer. Queremos dar oportunidade para mais pessoas conhecerem de perto esse patrimônio.
Entre as peças mais raras expostas estava a camisa utilizada pelo Flamengo entre 1931 e 1933, considerada a mais antiga preservada do clube. O uniforme, além de sua raridade material, guarda simbolismo: foi usado na primeira partida do time fora do Brasil.
— É uma peça única, pela fragilidade do tecido dificilmente outra resistirá ao tempo. É, sem dúvida, a mais mais rara da minha coleção —, explicou Garcia.
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O acervo dedicado a Zico, como não poderia deixar de ser, atraiu atenção. Camisas de sua estreia como profissional, em 1971, passando por modelos emblemáticos de 1976, 1978 e até a utilizada em sua despedida oficial, em 1989, foram exibidas. O material foi complementado por outros colecionadores, ampliando o painel da trajetória do maior ídolo rubro-negro.
Vitor Eidelman, colecionador e responsável pelo site Flamando Sagrado, também levou parte de sua coleção. Ele destacou o caráter coletivo da iniciativa.
— A ideia é retomar uma agenda de encontros de colecionadores, que não acontece desde 2017. A pandemia atrapalhou, mas agora conseguimos esse espaço cedido pelo Zico e queremos manter uma frequência. Trouxe camisas, mas também revistas, jornais, medalhas e flâmulas. Nosso objetivo é mostrar que a história do Flamengo é contada por muitas formas de memória —, disse.
Entre as peças exibidas por Eidelman estava um memorial do título brasileiro de 1980, com camisas, ingressos, medalhas e até uma carta do então presidente Márcio Braga ao diretor de futebol da época. O colecionador também mostrou uma camisa-protótipo usada por Zico em sessão de fotos, na qual o patrocínio ainda era substituído pela palavra “Mengo”. “Esses detalhes ajudam a entender como o clube se estruturava e como a identidade visual foi se transformando ao longo dos anos”, explicou.
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A exposição não se limitou ao futebol. Camisas históricas do basquete rubro-negro também marcaram presença, incluindo exemplares dos títulos mundiais de 2014 e 2022, das Champions de 2021 e 2025, além de peças raras como a camisa usada por Oscar em 2003, em sua última temporada pelo clube.
Ao fim, a sensação era de que a exposição conseguiu cumprir seu papel: transformar muitos itens históricos em símbolos de pertencimento. O CFZ, espaço que já guarda o nome de Zico, serviu como palco para que o Flamengo fosse revisitado em cores, formas e lembranças. Uma história viva, como definiu um visitante, “que não se pode tocar, mas que todos sentem como se fosse sua segunda pele”.
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Por Tulio Rodrigues (@PoetaTulio)
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