Falta ambição!

Ficha Técnica:
Escalação do Flamengo: Felipe; Léo Moura, Welinton, Thiago Medeiros, Ramon; Amaral, Luís Antônio, Ibson, Bottinelli; Liédson, Vágner Love. Esquema: 4-4-2.
Técnico: Dorival Júnior.
Escalação da Ponte Preta: Edson Bastos; Ferron, Thiago Alves, Diego Sacoman; Cicinho, Baraka, Renê Júnior, Marcinho, Uendel; Luan, Giancarlo. Esquema: 4-5-1.
Técnico: Gilson Kleina.
Estádio: Raulino de Oliveira, Volta Redonda (RJ)
Público Pagante: 2.627.
Público Presente: 4.087.
Renda: R$ 46.585.
Placar: Flamengo 0 x 1 Ponte Preta
Gol(s): Uendel, 20’ do 1º tempo (Ponte Preta).
Cartões Amarelos: Ferron, Cicinho, André Luís (Ponte Preta). Ramon, Thiago Medeiros (Flamengo).
Arbitragem: Elmo Alves Resende Cunha.
Auxiliares: Guilherme Dias Camilo, Marcus Vinícius Gomes.
No fim do jogo desta noite de quarta-feira (05/09), Ramon respondeu a uma repórter sobre a arbitragem: “Eles (árbitros) precisam rever seus conceitos. Assistir um pouco de futebol europeu.” De certa forma, Ramon não está errado. A arbitragem no Brasil tem sido um caos.
Ontem, durante a partida, o comentarista do canal por assinatura Premiere disse: “Eles (jogadores) já perceberam que o árbitro não vai marcar qualquer falta… ele deixa o jogo seguir. Eles (jogadores) precisam se adaptar a isso, se ambientar e encontrar uma forma de driblar essa situação sem depender da arbitragem.” Errado! O trabalho de um árbitro é apitar o jogo, sim, mas ele precisa seguir as regras estabelecidas pela FIFA. Não é porque ele tem autoridade sobre a “trama” que deve interferir nela. Enfim… Falar de arbitragem em um pós-jogo pode passar a falsa impressão de que a maior parte da culpa pelo resultado recai sobre os árbitros.
Falando da partida em si, foi mais uma daquelas em que você solta o famoso chavão: “O Flamengo não entrou em campo.” Pelo menos no primeiro tempo, foi bem isso. O Flamengo atual é um time em reestruturação, que busca se afirmar, mas ainda apresenta carências. Grandes ou pequenas, elas existem. O fato é que esse Flamengo ainda sofre por não ter um elenco sólido. Isso ficou evidente na forma como Amaral jogou, sendo o único volante, na teoria – porque, na prática, Ibson e Luís Antônio voltavam para ajudar.
O gol saiu de uma jogada de contra-ataque. O goleiro lança a bola, que chega ao lateral, que a manda para dentro da área; a zaga assiste ao lance, parada; o meia penetra entre três jogadores e finaliza. Felipe falhou? Essa é a pergunta que todos se fizeram na hora do lance. Porém, ao rever a jogada, vê-se que havia três jogadores parados, sem reação. Assim, qualquer um poderia entrar na área e fazer o que quisesse.
Outro ponto é que o time jogou praticamente num 4-6-0, pois frequentemente se via Vágner Love voltando para buscar jogo no meio. Liédson também.
Se no primeiro tempo houve desatenção e falta de sorte, no segundo as coisas foram as mesmas, mas, em vez de faltar sorte, sobrou azar. Édson Bastos fez milagres ao defender uma cabeçada de Vágner Love, espalmou com a mão trocada um chute de Negueba e defendeu uma cabeçada sem muito perigo de Welinton.
É importante ressaltar que falta ambição ao atual time do Flamengo. Não digo “time” no sentido de instituição, pois essa sobra história e tradição, mas refiro-me aos jogadores. A maioria atualmente é formada por atletas da base do Flamengo, que cresceram no clube e já conhecem seu espírito.
Vágner Love é um dos poucos exemplos de jogadores que não foram formados no clube, mas que compreendem bem o espírito rubro-negro. Léo Moura, que ontem recebeu homenagens pelo 400º jogo pelo Flamengo, vive uma má fase, mas é outro que aprendeu o que é ser Flamengo nesses quase oito anos de clube.
Enfim, Dorival – que foi injustamente expulso mais uma vez – sabe o tamanho do problema que tem para resolver. Mas a sorte dele é que não está sendo fritado pelo mundo, como Joel foi em sua breve passagem. O próximo jogo é contra o Coritiba, fora de casa. E neste momento, deixo um pouco meu estilo imparcial de escrever posts e chamo a atenção de você, rubro-negro, que está terminando de ler este pós-jogo: se você tem medo de jogar fora de casa contra adversários como Coritiba, Cruzeiro, Internacional, Grêmio, São Paulo, etc.; se acha que um empate é aceitável e pede ao time para ter cautela, digo: você não merece vestir a camisa do Flamengo.
—
Twitter: @43Germano
Sigam-nos no Twitter: @Blogserflamengo
Descubra mais sobre Ser Flamengo
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.