Falta de ímpeto, indiscutível

Germano Medeiros

Ficha Técnica da Partida

ATLÉTICO-MG X FLAMENGO – 33ª Rodada – Campeonato Brasileiro 2012

– Data: 31/10/2012
– Horário: 21:50 (Horário de Brasília)

Escalação do Atlético-MG: Victor; Marcos Rocha, Réver, Leonardo Silva, Richarlyson; Leandro Donizete, Pierre (Serginho), Bernard, Ronaldinho Gaúcho; Guilherme (Leonardo), Jô.
Esquema: 4-4-2.
Técnico: Cuca.

Escalação do Flamengo: Felipe (Paulo Victor); Wellington Silva, Renato Santos, Marcos Gonzáles, Ramon; Amaral, Ibson, Cléber Santana, Renato; Liédson (Wellington Bruno), Vágner Love.
Esquema: 4-4-2.
Técnico: Dorival Júnior.

Estádio: Independência (MG)
Público Presente: 19.945 pessoas
Renda: R$ 770.050,00

Placar: Atlético-MG 1 x 1 Flamengo |
Gol(s): Renato, 27’ 1º tempo (Flamengo); Leonardo, 12’ 2º tempo (Atlético-MG).

Cartões Amarelos: Leonardo Silva, Pierre (Atlético-MG); Wellington Silva (2º, expulso), Amaral, Ibson, Renato (Flamengo).
Cartão Vermelho: Wellington Silva (Flamengo).

Arbitragem: Sandro Meira Ricci.
Auxiliares: Roberto Braatz, Alessandro Álvaro Rocha de Matos.

A distância entre setembro e outubro pode parecer pequena, mas para Flamengo e Atlético-MG, foi significativa. Para um jogo que demorou a ocorrer novamente em outro palco, desta vez o Independência, foi, na verdade, um confronto sem grandes emoções, no qual o Flamengo entrou para jogar.

A pergunta que me fiz durante todo o segundo tempo e após o fim da partida foi: “Por que o Flamengo não manteve o ímpeto do começo do primeiro tempo? Quando fez o primeiro gol, por que não buscou o segundo, o terceiro e assim por diante?” A verdade é que o Flamengo esfriou após a expulsão de Wellington Silva. O lado direito, que estava funcionando bem com ele, perdeu força e eficiência.

Amaral, que tentou cobrir a lacuna deixada pela saída de Wellington, não conseguiu se destacar e ainda caiu na armadilha dos companheiros, fazendo cera e amarrando o jogo, rindo após essas ações. Se Amaral acha que ganhará o respeito da torcida rubro-negra desafiando a arbitragem, está muito enganado, e não foi o único a agir dessa forma.

Renato, que marcou um belo gol após um passe preciso de Ibson, também se envolveu em confrontos com a arbitragem e recebeu um cartão amarelo. Se Dorival quase jogou uma cadeira plástica em direção a quem estava atrás dele, teria toda razão – não pelo ato violento, mas pela revolta compreensível.

Vágner Love continua dependendo dos homens de criação que o Flamengo carece desde os tempos de Petkovic.

Cléber Santana demonstrou, neste jogo, que ainda pensa estar jogando no Avaí. Que me perdoe a torcida do Avaí, mas o Flamengo é gigante. Enfim, nada explica a demora dele para cobrar um escanteio aos 30 minutos do segundo tempo. Uma cobrança rápida poderia ter dado a vitória ao Flamengo, garantindo os três pontos e permitindo que a equipe chegasse a 43 pontos, respirando um pouco mais aliviada.

Não se entende, também, esse possível pensamento mesquinho dos jogadores, que ao ver o Atlético com a posse de bola, recuam e esperam um erro do adversário para tentar um contra-ataque.

Ronaldinho e Bernard foram os mais lúcidos do lado do Atlético. Embora Leonardo, que entrou no intervalo, tenha feito o gol de empate.

Ronaldinho mandou uma bola na trave, deu lançamentos, driblou, arrancou, cruzou e finalizou, mas não conseguiu mostrar algo a mais para garantir a vitória.

Bernard foi ousado. Colocou a zaga do Flamengo para dançar, driblando com habilidade. Ele só não deixou lembranças (fazendo o gol) porque errou o alvo em algumas tentativas.

Logo no início do jogo, em um lance com Ibson, Ronaldinho supostamente foi derrubado na área. Mantenho minha neutralidade: não sei o que ocorreu na jogada. Deixo essa questão para você que está lendo e acompanhou o lance. Vi, mas não tive a chance de revê-lo.

Além disso, houve a expulsão de Wellington Silva, o cartão amarelo em Renato, a saída de Felipe, machucado, e a expulsão de Dorival na volta para o segundo tempo. O motivo: reclamação contra Sandro Meira Ricci. Essa foi a terceira expulsão de Dorival desde que assumiu o Flamengo no meio do ano. O técnico assistiu ao restante da partida atrás do gol defendido por Victor, do Atlético-MG.

Vale ressaltar a já conhecida penúria do Flamengo e a falta de ímpeto demonstrada, especialmente no segundo tempo. “Sorte” desse time do Flamengo que será bastante irreal o Palmeiras escapar do rebaixamento – algo inédito em sua história.

Em tempo: ao Flamengo resta somar esses malditos 45 pontos o quanto antes e aguardar o próximo ano. Em dezembro, teremos eleições presidenciais. Aguardando é um remédio disponível, mas seu efeito não é garantido, já que Patrícia Amorim tenta sua reeleição e é muito querida nos arredores da Gávea.

Por fim, até o Figueirense no sábado à noite. Que a apresentação do Flamengo não seja uma balada à moda antiga.

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