Inacreditável!

Inacreditável!

Noite de 15 de março de 2012, terceira rodada da fase de grupos da Copa Santander Libertadores da América. O adversário era o Olimpia, mas o Flamengo não parecia nem tinha motivos para ficar intimidado. Jogando em casa, com o estádio cheio, a tarefa de vencer era importante para disparar na liderança e se aproximar das oitavas de final.

O Flamengo entrou em campo ainda com muitos desfalques, que, para mim, são reforços. Com várias baixas, como Felipe e Léo Moura, que ainda se recuperam de suas lesões, o meio-campo que todos sonhavam foi finalmente escalado: Muralha, Luiz Antônio, Thomás e Bottinelli. Esse é, sem dúvida, o meio-campo perfeito para o Flamengo hoje. Esqueça essa história de Aírton, Willians, Maldonado e Renato, Joel. É hora de colocar a juventude para jogar; são eles que aguentam e querem correr pelo Flamengo.

Enfim, a bola rolou, e logo no começo a nação levou um susto. Love, após tentar uma arrancada, sentiu a coxa. Saiu de campo, mas voltou. O meio-campo do Flamengo ainda estava meio perdido. O resultado disso foi uma ótima chegada do Olimpia, em uma cobrança de escanteio, onde Ortemán cabeceou e Paulo Victor, como um gato, afastou o perigo.

Em certo momento do jogo, me lembrei do Treze-PB ao ver o Olimpia ‘jogar’. Isso porque, entre os 21 e os 24 minutos do primeiro tempo, o que os paraguaios mais fizeram foi bater nos rubro-negros. Azar o deles que tomaram cartão atrás de cartão.

Mesmo sem jogar bem, ou talvez um pouco tensos, o Flamengo conseguiu abrir o placar. Em uma boa jogada de Love pelo meio, o atacante serviu Bottinelli, que entrou na área, cara a cara com o goleiro, e, com extrema tranquilidade e categoria, mandou a bola por cima. 1 a 0, Flamengo.

Fim de primeiro tempo.

O Flamengo voltou para o segundo tempo como há muito não se via, disposto a aumentar a vantagem.

E tamanha objetividade e determinação precisavam ser premiadas. E foram! Aos 13 minutos, Luiz Antônio entrou tabelando e encontrou Love, que, sozinho e cara a cara com o goleiro, foi derrubado na área. Na cobrança, Ronaldinho, muito cobrado e com razão, bateu no canto direito do goleiro, com força, para fazer… Flamengo 2 a 0.

Com toda a tranquilidade do mundo, o Flamengo começou a jogar melhor, fazendo jogadas mais plásticas. Tanto é que, aos 18 minutos, em uma dessas jogadas de craque, Ronaldinho tocou para um lado e olhou para o outro. A bola encontrou Luiz Antônio, livre de marcação. O volante entrou na área e bateu na saída do goleiro paraguaio, marcando o terceiro e fazendo o Engenhão tremer. Flamengo 3 a 0.

Até aqui, tudo andava bem. Tudo indicava uma vitória, até mesmo uma goleada. Mas, infelizmente, o futebol tem dessas coisas.

Aos 31 minutos, uma falta na entrada da área para o Olimpia. Zeballos bateu forte no ângulo esquerdo de Paulo Victor e diminuiu. 3 a 1.

Joel tentou segurar o resultado, trocando Thomás por Negueba, mas não adiantou, e ninguém esperava o que estava por vir. Aos 38 minutos, Caballero driblou González dentro da área e bateu no canto, fazendo 3 a 2. A torcida sentiu e ficou em silêncio, sem reação, temendo o pior.

O Olimpia, como qualquer time, se animou com tal cenário e partiu para cima. E em uma cobrança de falta, se não fosse Paulo Victor para espalmar para fora, os paraguaios teriam chegado ao empate.

Porém, aos 43 minutos, não teve jeito. Maxi Bianccuchi, ex-Flamengo, encontrou Marín livre, sem marcação. O atacante bateu e calou de vez o Engenhão e todos os rubro-negros. O Flamengo sofreu uma pane, e não havia mecânico que conseguisse reverter o quadro. O jogo terminou em um traumático 3 a 3 no Engenhão.

É difícil, quase impossível, para mim e para qualquer outra pessoa, explicar o que realmente aconteceu com o Flamengo após os 30 minutos do segundo tempo. O que nos resta é manter a cabeça erguida e pensar que, no dia 28 e nas outras duas rodadas restantes, ainda podemos reverter esse quadro. Afinal, não perdemos; empatamos. Tudo bem, foi em casa, é um tropeço. Mas isso não pode apagar nossa campanha até aqui, que vinha perfeita: um empate fora e uma vitória em casa. Faz parte do futebol; acontece. Agora, é trabalhar e ir para o Paraguai atrás do prejuízo. Não temos nada a perder e ainda somos líderes do grupo. Então, sem priorizar o Campeonato Carioca e sem desespero, por favor. Sei que vocês, nação, não são assim.

SRN

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Germano Medeiros