No podcast do Globo Esporte, “Dinheiro em Jogo”, os jornalistas Rodrigo Capelo, Igor Siqueira e Camila Carelli, elegeram os melhores e os piores do futebol brasileiro. A comunicação do Flamengo foi eleita a pior entre os clubes por causa da maneira com que se comunica com toda sociedade no caso da tragédia do Ninho do Urubu.
— O pior pra mim é o Flamengo principalmente por causa do caso do Ninho do Urubu. A postura do Flamengo é muito ruim, muito ruim. E ela é ruim de duas maneiras. Ela é ruim na decisão de como se posicionar, na briga para pagar menos para as famílias, tem uma disputa na justiça em que o Flamengo entra com seus advogados para questionar… Ele não quer pagar R$ 10 mil por mês para quem não tem acordo, ele quer pagar R$ 5 mil. Uma argumentação tacanha, pequena, um negócio que não condiz com o tamanho do Flamengo. E essa é uma decisão de se posicionar desta maneira. Isso tem a ver com o jurídico, com o presidente, com toda diretoria.
— Quando se trata da comunicação, o Flamengo, além de tudo, não consegue se posicionar pro torcedor de maneira clara para que fique do lado dele. A gente percebe muito nas redes sociais, o torcedor dizendo assim: “Eu sou Flamengo em tudo, menos isso aqui, isso aqui não tá legal” —, disse Rodrigo Capelo.
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A pasta, liderada pelo diretor de comunicação, Bernardo Monteiro e pelo vice-presidente Gustavo Oliveira, sempre foi alvo de diversas críticas desde o fim de 2018, quando divulgaram a contratação do técnico Abel Braga com uma arte bem amadora. Outro assunto que gera enorme debate, são as notas oficiais do clube, que chegaram a virar estudo em cursos de jornalismo e comunicação sobre o que não fazer nas profissões.
— A comunicação do Flamengo é de fato uma das piores ou a pior. Acho que nota oficial no Flamengo, você pode jogar pro alto e escolher uma porque todas são muito ruins. Todas as notas oficiais em geral, quanto toca no assunto presidência, é um horror. Desde a tragédia, o Flamengo não soube se comunicar com o seu torcedor, com a sociedade e nem com as famílias… Desde o início, a comunicação não teve noção do tamanho que representa essa tragédia não só para o futebol —, analisou Camila Carelli.
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A falta de profissionalismo, media training e orientação, foram lembrados pelos jornalistas. Não é raro dirigentes em coletiva ou em redes sociais, demonstrarem despreparo.
— Se lá no começo desse processo, a diretoria do Flamengo tivesse admitido: “O nosso vice-presidente amador aqui que acha que entende muito de comunicação, mas na verdade não entende… Precisamos contratar a melhor empresa do país de gestão de crise e comunicação”. Vai atrás, contrata alguém e esse alguém vai instruir em como se comportar. O Rodrigo Dunshee de Abranches, vice-presidente jurídico não ia larga a entrevista coletiva no meio, isso de 2019, mas vale a menção, ia se posicionar de maneira mais rápida, mais assertiva, mais simpática porque teria sido treinado, tem media training pra isso, não é novidade, se faz há décadas e o Flamengo que é tão profissional, que tenta vender essa imagem de profissionalismo corporativo e tal, nem no aspecto corporativo foi correto porque não soube lidar com o caso —, finalizou Capelo.
Ouça o podcast na íntegra:
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Imagem: Divulgação/Chapa Uni Fla
Por Tulio Rodrigues (@PoetaTulio)
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