Nesta semana, o presidente Rodolfo Landim retorna das férias e terá que resolver a polêmica entre o vice-presidente de Esportes Olímpicos, Guilherme Kroll, e o diretor executivo da pasta, Marcelo Vido. Nas redes sociais e em grupos de WhatsApp, o debate se resumiu ao mandatário ter que fazer a escolha entre um dos dois. O que é um erro.
Desde 2013, o Flamengo se coloca como um clube esportivo administrado como empresa. Trouxe renomados executivos como profissionais e até mesmo em algumas vice-presidências, que mesmo sendo um cargo amador (não remunerado), angariou alguns nomes do mercado. O organograma sempre foi muito claro: diretores, gerentes e coordenadores tocam o dia a dia. Depois, prestam contas ao VP da pasta.
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O plano estratégico e operacional parte do Conselho Diretor — formado pelo presidente e seus vices nomeados — e é executado pelos profissionais. No entanto, claro que há peculiaridades em algumas áreas, e nos Esportes Olímpicos não é diferente. Mas o que fica subentendido, é que, como a elaboração de um orçamento a ser executado, esses modelos passaram por várias mãos antes de serem implementados no dia a dia. Não é simplesmente o desejo de um ou outro dirigente amador.
Marcelo Vido foi contratado ainda em dezembro de 2012. Até a chegada de Guilherme Kroll em dezembro de 2020, já acumulava oito anos de Flamengo. A melhora nos Esportes Olímpicos é notória e é histórica e sabida as dificuldades enfrentadas no começo por falta de recursos. Durante esse tempo, dois vice-presidentes passaram pela pasta: Alexandre Póvoa e Delano Franco. Parecendo ter os processos bem definidos, a parte administrativa e operacional tiveram poucas mudanças e tocadas normalmente pelo executivo. Ficou claro que o mais importante não são os nomes, mas o processo estratégico traçado para administração. Temos também o exemplo das finanças. Desde 2013, Tostes, Pracownik e Wallim passaram pela pasta. Mudou-se os nomes, mas o planejamento traçado foi seguido e o clube não foi prejudicado.
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Em nota, Kroll nega que tenha pedido a demissão de Marcelo Vido, mas diz que precisa de um executivo que trabalhe além do horário comercial, já que há maior demanda nos finais de semana. E pergunto: quais demandas? É para acompanhar as competições das diversas modalidades que estão no guarda-chuva da pasta? Não há profissionais com tal função? Qual o custo que isso teria para o Flamengo? Não consigo ver que um executivo tenha que ter tais obrigações e faço mais um questionamento: Essa necessidade é do Conselho Diretor, que como já explicado, é quem traça as estratégias ou só do vice-presidente?
É bom deixar claro que um VP tem autonomia para sugerir mudanças, mas a decisão de sua execução tem que passar pelo Conselho Diretor após amplo debate. Por que em 2022 há essa necessidade em específico? Tem que deixar isso claro.
Mais um detalhe importante: é impossível que um executivo dos Esportes Olímpicos consiga acompanhar a maioria das competições. São muitas modalidades. Até o futebol foi “desmembrado”. Hoje, além do VP de futebol profissional, há o da base, cargo criado em 2019 e um gerente de transição. Se Bruno Spindel tivesse que tirar os fins de semana para acompanhar a garotada, não poderia ir para Europa buscar um treinador.
Resta a Rodolfo Landim escolher o modelo que será gerido os Esportes Olímpicos do Flamengo e não um nome em específico. O que está em jogo vai além disso. As pessoas passam, mas um bom modelo de gestão fica!
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Por Tulio Rodrigues (@PoetaTulio)
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