Libra reage após vitória do Flamengo na justiça e dispara fortes críticas contra Bap; entenda

Libra reage após vitória do Flamengo na justiça e dispara fortes críticas contra Bap; entenda
Foto: Paula Reis/Flamengo

O Flamengo conseguiu nesta semana uma liminar na Justiça do Rio que bloqueia parte do pagamento dos direitos de transmissão do Brasileirão, afetando oito clubes da Libra. A decisão foi tomada na quarta-feira (25), quando a desembargadora Luciena do Passo determinou que a Globo deposite em juízo cerca de R$ 77 milhões referentes à segunda parcela do contrato, valor que pode chegar a R$ 230 milhões até o fim da temporada. A medida atinge não apenas o próprio Rubro-Negro, mas também Atlético-MG, Bahia, Grêmio, Palmeiras, Red Bull Bragantino, São Paulo, Santos e Vitória.


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A disputa começou há dez meses, quando o clube carioca, já sob a gestão de Luiz Eduardo Baptista, o Bap, questionou os critérios de divisão da verba destinada à audiência. Pelo contrato em vigor, 30% do montante total pago pela Globo são distribuídos com base em audiência e pay-per-view. O Flamengo alega que a regra atual, herdada da gestão Rodolfo Landim, causa prejuízo estimado em R$ 100 milhões ao longo do acordo e favorece desproporcionalmente outros clubes.

A Libra reagiu com surpresa e divulgou nota defendendo a manutenção do modelo, ressaltando que o tema havia sido discutido de forma “exaustiva” entre os associados. “O assunto foi submetido à vontade democrática de todos os membros, que votaram pela manutenção do formato atual”, afirmou a liga. O Flamengo, porém, contesta a versão e sustenta que não houve votação, já que o estatuto da Libra exige unanimidade para mudanças.

Na prática, a decisão trava recursos fundamentais para os clubes, alguns já em situação financeira delicada. O Vitória, por exemplo, ameaça ser diretamente prejudicado: caso seja rebaixado para a Série B, o valor global do contrato da Globo para 2026 seria reduzido, impactando todos os membros. Em meio à disputa, o clube baiano decidiu assinar com a Liga Forte União a partir de 2030, após vender 15% de seus direitos comerciais até 2074 a investidores coordenados pela Life Capital Partners e pela XP. O presidente Fábio Mota justificou a mudança pela diferença de receitas: “Na Libra, a projeção era de R$ 123 milhões anuais. Na Liga Forte União, subimos para R$ 166 milhões, um acréscimo de 35%”.

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A movimentação do Flamengo também abre um flanco político dentro da Libra. São Paulo e Palmeiras, embora consultados, preferiram não se manifestar publicamente, mesmo tendo se posicionado contrários à revisão imediata do modelo. Para esses clubes, qualquer alteração agora comprometeria orçamentos já previstos. A proposta de Bap era estender os critérios de cadastro do pay-per-view, no qual o clube detém ampla vantagem, mas os demais preferiram adiar a discussão para 2026.

Do ponto de vista financeiro, o impacto imediato é relativamente pequeno. Na parcela travada, o Flamengo receberia R$ 17,4 milhões. Caso tivesse sua proposta aceita, o valor subiria em apenas R$ 1,3 milhão. O juiz de primeira instância chegou a destacar essa diferença mínima para negar o pedido inicial, mas o clube insistiu no recurso e conseguiu a liminar em segunda instância.

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Especialistas apontam que a briga não deve se encerrar nos tribunais comuns. A expectativa é que o caso seja levado a uma câmara de arbitragem, onde os clubes tentariam costurar um acordo sem a exposição pública de um litígio judicial. Até lá, a tensão interna na Libra tende a aumentar, especialmente porque o contrato com a Globo prevê um número mínimo de clubes da Série A para manter o valor integral.

A disputa reforça um impasse que acompanha o futebol brasileiro desde o início das negociações por uma liga unificada. A promessa de profissionalização esbarra em interesses divergentes, e cada movimento abre rachaduras em blocos já fragilizados. O Flamengo escolheu o confronto direto, apostando que a pressão financeira pode acelerar mudanças. Os demais resistem, ainda que em silêncio público, confiando que a estabilidade imediata vale mais do que uma revisão futura incerta.

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Por Tulio Rodrigues (@PoetaTulio)

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Tulio Rodrigues

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