Na mesmice de sábado à noite

Germano Medeiros

Ficha técnica da partida

Escalação do Flamengo: Felipe; Wellington Silva, Frauches, Renato Santos, Ramon; Aírton (Luís Antônio), Ibson (Wellington Bruno), Cléber Santana, Leonardo Moura (Adryan); Liédson, Vágner Love.
Esquema: 4-4-2.
Técnico: Dorival Júnior.

Escalação do Cruzeiro: Fábio; Ceará, Léo, Mateus, Everton (Diego Renan); Marcelo Oliveira, Leandro Guerreiro, Willian Magrão (Charles), Montillo; Martinuccio (Elber), Anselmo Ramon.
Esquema: 4-4-2.
Técnico: Celso Roth.

Estádio: Engenhão (RJ)
Público pagante: 15.922
Público presente: 20.833
Renda: R$ 232.720,00

Placar: Flamengo 1 x 1 Cruzeiro
Gols: Liédson, 10’ do 1º tempo (Flamengo); Everton, 18’ do 1º tempo (Cruzeiro).

Cartões amarelos: Wellington Silva, Ramon, Cléber Santana, Adryan, Vágner Love (Flamengo); Marcelo Oliveira, Leandro Guerreiro, Charles (Cruzeiro).

Arbitragem: Anderson Daronco
Auxiliares: João Patrício de Araújo, Bruno Boschilia

Pouco antes de a bola rolar, muitos poderiam prever: “Será um jogo feio, insosso, sem graça. Olha a chuva!” Mas não foi bem assim. Flamengo e Cruzeiro contrariaram essa expectativa e apresentaram uma partida interessante. O campo pesado não comprometeu o ritmo, e o jogo fluiu melhor do que o esperado.

Os dois times começaram cautelosos, estudando-se. O Flamengo novamente trouxe mudanças: na zaga, Renato Santos substituiu González, que está com a seleção chilena; no meio, Aírton entrou no lugar de Amaral, este último ocupando a vaga de Cáceres, convocado pela seleção paraguaia. O ataque permaneceu o mesmo, com Liédson e Vágner Love. Liédson se destacou; Love, por outro lado, atravessa uma fase apagada.

Do lado do Cruzeiro, a estratégia foi apostar em Montillo, que costuma jogar bem contra o Flamengo. Mas ontem, suas boas jogadas foram raras.

O Flamengo chegou timidamente ao ataque, sem se expor demais. E foi assim que o gol saiu: Ramon cruzou para Vágner Love, que ajeitou a bola para Liédson finalizar e abrir o placar. O problema é que o Flamengo se acomodou, caindo na velha armadilha do “1 a 0 basta”. Com o time recuado, o Cruzeiro entendeu o recado e pressionou. Aos 18 minutos, após cruzamento na área, Everton subiu e marcou o gol de empate.

Um ponto positivo foi a atuação de Wellington Silva. Ele vem evoluindo, ganhando confiança e arriscando mais jogadas ofensivas. Já Leonardo Moura, que perdeu a vaga para Wellington, tem tido dificuldades em se adaptar ao meio de campo, onde costumava render bem.

Após uma sequência de resultados decepcionantes, o time se recusa a reconhecer os próprios erros e busca conforto em justificativas como “azar.” Na verdade, falta comprometimento dos jogadores e também da diretoria. Ontem, Cléber Santana, ao fim da partida, se limitou a dizer: “Estamos tentando em todos os jogos, mas a bola não quer entrar. Agora é focar na partida contra a Portuguesa, descansar para voltar inteiro.” Esse conformismo se reflete em campo e só frustra os torcedores, que sentem que suas vozes são ignoradas pelos jogadores e pela diretoria.

A administração do Flamengo é uma bagunça, e a postura da diretoria tem manchado a imagem do clube. Cada tropeço só aumenta nossa indignação. Contra a Portuguesa, no Canindé, precisamos desses 3 pontos, mesmo que com ajuda de São Judas Tadeu. Até lá, seguimos na torcida.

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