O OUTRO LADO! LIBRA reage na Justiça e tenta barrar liminar do FLAMENGO com novas alegações; CONFIRA
A disputa entre Flamengo e Libra ganhou novos capítulos nesta semana, após o grupo que reúne clubes da Série A afirmar à Justiça que o rubro-negro “ratificou duplamente” o estatuto que define os critérios de divisão de receitas. O clube, por sua vez, nega a acusação e sustenta que não aprovou nenhum cenário de rateio em fevereiro deste ano, quando Luís Eduardo Baptista, o Bap, já presidia a instituição. A divergência, exposta em petições e declarações públicas, amplia a crise de confiança entre as partes e pode influenciar diretamente o futuro da Liga.
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A controvérsia foi revelada na reportagem de Diogo Dantas, do O Globo, publicada na última quinta-feira (9). Segundo o jornalista, a Libra argumentou em sua manifestação judicial que o Flamengo confirmou o estatuto da associação em duas ocasiões: em setembro de 2024, sob Rodolfo Landim, e novamente em fevereiro de 2025, já com Bap à frente do clube. Nesse segundo encontro, realizado no dia 7, teria havido também a aprovação da contratação da consultoria Matus Projects, responsável por calcular os valores devidos a cada agremiação segundo os parâmetros do chamado “anexo um” do artigo 51 do estatuto, que detalha os percentuais de repasse.
O Flamengo rebateu. A diretoria afirmou que a participação de Bap na assembleia de fevereiro teve caráter apenas introdutório e que o presidente, recém-empossado, ainda se inteirava dos documentos da Libra. Segundo o clube, a aprovação naquele dia restringiu-se à formalização da entrada da consultoria Matus Projects, que já prestava serviços à própria entidade. “Não houve ratificação de nenhum cenário de divisão de receitas”, reforça o rubro-negro.
No centro do impasse está o anexo do estatuto que trata da metodologia de rateio da verba paga pela TV Globo, que está, temporariamente bloqueada por decisão judicial obtida pelo Flamengo. A Libra sustenta que a Matus Projects, comandada por Sílvio Matos, diretor executivo do grupo, tem autonomia para realizar os cálculos sem necessidade de alterar o documento original. Já o Flamengo defende que, ao apresentar cinco cenários alternativos de distribuição e submeter um deles à votação, a consultoria reconheceu, na prática, que o anexo exigia complementações, o que, pelo estatuto da própria Libra, só poderia ocorrer com aprovação unânime dos clubes.
A divergência é antiga. Desde setembro de 2024, quando o estatuto foi aprovado durante a gestão Landim, o Flamengo expressa desconforto com o modelo de rateio, especialmente no critério de audiência, que, segundo o clube, não reflete de forma justa o peso de sua torcida. Em fevereiro de 2025, já sob nova presidência, o rubro-negro passou a contestar a aplicação do documento. Em agosto, apresentou uma proposta alternativa (chamada de “cenário seis”), rejeitada pelos demais associados. Sem acordo, a disputa migrou para a Justiça.
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Para Marcelo Campos Pinto, ex-globo, e consultor do Flamengo, houve complementações indevidas, sem o consenso exigido. “Se a regra já estivesse completa, não haveria razão para apresentar cinco cenários distintos de cálculo”, argumentou.
A cronologia ajuda a entender a escalada do conflito.
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Setembro de 2024: Libra aprova o estatuto, com Landim representando o Flamengo.
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Dezembro de 2024: assinatura do contrato com a TV Globo.
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Fevereiro de 2025: primeira assembleia com a gestão Bap; aprovação da consultoria Matus Projects.
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Maio a agosto de 2025: sucessivas reuniões sem consenso sobre a fórmula de rateio; o Flamengo apresenta cenário alternativo.
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Setembro de 2025: o clube obtém liminar para suspender repasses da emissora.
O caso agora se desloca para a arbitragem e para o Judiciário. A Libra tenta derrubar a liminar que impede o repasse da cota, enquanto o Flamengo busca comprovar que a entidade extrapolou suas prerrogativas ao alterar critérios sem unanimidade. Nos bastidores, há quem veja o episódio como o ponto mais tenso da relação entre o rubro-negro e o grupo que pretende organizar a futura liga do futebol brasileiro.
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Enquanto a Justiça analisa o mérito da disputa, o clima de desconfiança se espalha entre os clubes. A questão ultrapassa valores: envolve o peso político do Flamengo na formação da nova liga e a legitimidade das decisões tomadas até aqui.
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Por Tulio Rodrigues (@PoetaTulio)
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