Operação da PF atinge BRB, acende alerta no Flamengo e coloca patrocínio em revisão

Operação da PF atinge BRB, acende alerta no Flamengo e coloca patrocínio em revisão
Foto: Gilvan de Souza/Flamengo

A operação “Compliance Zero”, deflagrada pela Polícia Federal na terça-feira (18), afastou o presidente do BRB por 60 dias e colocou o Flamengo em estado de atenção. O banco, patrocinador do clube desde 2020, tornou-se alvo de uma investigação que apura a emissão e negociação de títulos de crédito falsos no sistema financeiro. A diretoria rubro-negra, que ainda não se pronunciou publicamente, decidiu acompanhar o caso de perto para avaliar se será necessário rever ou até romper o vínculo comercial.


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O episódio veio à tona após a prisão de Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, e o afastamento de Paulo Henrique Costa, comandante do BRB. Embora as atenções iniciais tenham recaído sobre o Master, instituição presidida por pessoa ligada ao Atlético-MG, onde Vorcaro ocupa posição influente no Conselho de Administração da SAF, a repercussão atingiu diretamente o Flamengo por envolver o banco que estampa sua camisa e opera o “Nação BRB Fla”.

Assim que a notícia se espalhou, o departamento jurídico do clube começou a revisar o contrato. Pessoas ligadas à administração afirmam que o acordo prevê proteções que resguardam o Flamengo caso haja risco de dano reputacional. A avaliação inicial é que o clube pode romper a parceria sem prejuízo financeiro caso entenda que a exposição negativa compromete sua imagem. Por enquanto, a estratégia é aguardar os desdobramentos para evitar decisões precipitadas, mas a preocupação é evidente.

O BRB divulgou nota garantindo que todos os contratos de patrocínio seguem em vigor e que continuará honrando seus compromissos com clubes, atletas e eventos esportivos. Internamente, porém, a repercussão da operação somou-se às dificuldades que o banco já vinha enfrentando nos últimos meses, o que amplia a insegurança quanto ao futuro da parceria.

A relação entre Flamengo e BRB começou em 2020, com um contrato de três anos para ocupar o espaço master da camisa por R$ 32 milhões anuais. Em 2023, o acordo foi renovado por seis meses, já com outro desenho financeiro, e em 2024 passou por nova extensão, desta vez para estampar a homoplata até abril de 2026, por R$ 25 milhões por temporada. Somando o patrocínio fixo e o valor relacionado ao “Nação BRB Fla”, o pacote chega a aproximadamente R$ 40 milhões ao ano.

Ao longo da parceria, um tema sempre gerou debate entre torcedores: a bonificação milionária prevista no contrato original. A meta dependia do lucro líquido obtido pelo BRB a partir dos produtos financiados pela abertura de contas. Apesar do número expressivo, quase 3 milhões de contas, o banco não atingiu o nível de movimentação necessário, como operações, cartão de crédito e volume de transações, para liberar o pagamento variável. Em 2021, inclusive, reportagem revelou que o Flamengo jamais havia recebido essa bonificação.

Com isso, o acordo sempre foi sustentado pelo valor fixo. A proposta de criar um banco digital em conjunto, aprovada formalmente no Conselho Deliberativo, nunca saiu do papel. A atual diretoria não demonstrou interesse em desenvolver o projeto, e com o novo cenário, a iniciativa se afasta ainda mais da realidade.

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A investigação que atingiu o BRB não foi a única a gerar inquietação no mundo do futebol. O envolvimento direto do dono do Banco Master afetou o Atlético-MG, que viu a repercussão pesar sobre sua SAF. No entanto, o caso do Flamengo tem dinâmica distinta: embora não exista relação societária entre clube e banco, permanece o impacto no campo da imagem, algo decisivo para qualquer instituição que movimenta cifras tão altas em marketing e exposição de marca.

O clube vive um momento de reconstrução reputacional desde que adotou diretrizes mais rígidas pós-2013, buscando profissionalizar áreas estratégicas e aumentar a presença de multinacionais no uniforme. Qualquer ruído que atinja a credibilidade de seus parceiros passa a ser observado com lupa, especialmente quando envolve investigações criminais.

Enquanto aguarda novos passos da Polícia Federal e possíveis desdobramentos jurídicos, o Flamengo mantém cautela. Internamente, a diretoria vê o episódio como um alerta importante: patrocínio robusto não se sustenta apenas em cifras, mas no alinhamento entre valores, imagem pública e estabilidade institucional. Dependendo do caminho que a operação tomar, o clube pode ser obrigado a decidir entre preservar um contrato milionário ou evitar um desgaste que, indiretamente, comprometeria sua marca no mercado.

Por ora, o clube observa. Mas a luz amarela está acesa.

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Por Tulio Rodrigues (@PoetaTulio)

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Tulio Rodrigues

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