OS BASTIDORES E TODA HISTÓRIA DA POLÊMICA VENDA DE ZICO DO FLAMENGO PARA UDINESE

OS BASTIDORES E TODA HISTÓRIA DA POLÊMICA VENDA DE ZICO DO FLAMENGO PARA UDINESE

Em 1983, logo após a conquista do tricampeonato brasileiro, o Flamengo anunciou que estava negociando a venda de Zico com a Udinese, da Itália. A transação virou uma novela e muitas histórias que geram curiosidades até hoje.

No dia seguinte à conquista do Campeonato Brasileiro, Zico, Leandro, Júnior e Adílio foram para a Alemanha participar do jogo festivo de despedida do alemão Paul Breitner, que iria ocorrer no dia 31. A negociação com a Udinese seria anunciada em breve com a volta do Galo ao Brasil. Por isso, no dia 1º de junho, Antônio Augusto Dunshee de Abranches, presidente do Flamengo, convocou a imprensa para um comunicado na Gávea. Eraldo Leite, repórter da Rádio Nacional, conta a história.

O presidente jogou toda a responsabilidade da venda para Zico. Torcedores se dirigiram para a sede da Gávea e se reuniram com o mandatário. Eles exigiam que o Flamengo cobrisse a proposta do time italiano, mas, segundo revelou o Galinho, no seu livro “Efeito Zico”, Dunshee fez de tudo para vendê-lo.

É que Zico teria o passe livre aos 32 anos — ele tinha 30 em 1983 —, e o clube nada receberia por ele. Antevendo isso, Dunshee pensava nos milhões que o Flamengo poderia embolsar com sua venda, mas não queria admitir isso publicamente.

O presidente do Flamengo, Antonio Augusto Dunshee de Abranches, fez o diabo para me vender. Temia ficar sem um tostão caso eu resolvesse deixar o clube.

Eu estava para receber passe livre em dois anos. Antevendo esse momento, o mandatário do Flamengo resolveu me negociar. No fundo, eu preferia ficar. Estava bem, o time ganhava tudo e havia patrocinadores dispostos a cobrir a proposta da Udinese. Dunshee, contudo, sonhava com os milhões de dólares que o clube receberia ao me vender. Bastava assumir isso. No entanto, ele divulgou que eu estava forçando a barra para sair. Na boa, jogar atleta contra a torcida não existe —, disse Zico em seu livro “Efeito Zico”.

Dunshee de Abranches, em declarações à TV, queria jogar a responsabilidade para o craque e ainda fez um gesto que irritou o jogador e os torcedores: o choro de crocodilo na camisa 10. Diante de tanta pressão, escondeu-se e não apareceu no clube, nem atendia a imprensa.
Ainda havia a história do Flamengo de contratar Falcão, pagando um valor semelhante ao que Zico receberia na Itália. Rogério Steinberg, publicitário Rubro-Negro, chegou a tentar planejar algum projeto para viabilizar a contratação, mas nada foi pra frente.

Dunshee, então, resolveu colocar em votação a venda do craque no Conselho Deliberativo, algo inédito e nunca repetido depois, e acabou sendo aprovada por 111 a 3. Mesmo assim, o presidente sofria com a pressão dos torcedores. Vendo que seu pupilo seria vendido, George Helal conversou com a Adidas para cobrir o valor que seria pago a Zico. Ele conseguiu, mas as condições de pagamento desagradaram ao ídolo, que rumou para Itália.

Dunshee não teve mais paz. Mesmo multicampeão, passou a conviver com muita pressão, pois havia acabado de entrar para a história como o presidente que vendeu Zico. A torcida ficou órfã, e ele renunciou dois meses depois. Os ecos desse episódio refletem até hoje. Na eleição para presidente do Flamengo de 2024, opositores lembraram que o pai de Rodrigo Dunshee havia vendido o maior ídolo da Nação para confrontá-lo.

VEJA A HISTÓRIA COMPLETA DE ZICO:

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Por Tulio Rodrigues (@PoetaTulio)

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Tulio Rodrigues