Pague a série B

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Mais de quatro anos após a última reforma, o Maraca recebe novamente o Fla-Flu. Um merece o outro e se combinam desde a pré-história do estádio. E hoje não foi diferente: um jogaço!
No Flamengo havia o boato de que André Santos e Chicão, recém contratados, estreariam hoje. Porém apenas o primeiro entrou em campo, ficando o segundo no banco.
O time, diferentemente de jogos como diante do Vasco e do Atlético-MG, ambos em Brasília, não sufocou o Fluminense, não impôs pressão no adversário. Mas graças à competência e também à sorte, pôde sair do Maraca hoje com os 3 pontos no bolso. Três pontos que haviam sido jogados fora por conta de um vacilo de Leonardo Moura, no fim do jogo contra a Portuguesa.
Hoje o torcedor não viu um jogo épico, com grandes lances, craques em campo e um placar elástico ou mesmo os times jogando bem até demais. O que o torcedor viu, o que o Maraca viu, foi um Fla-Flu disputado e brigado; tão brigado que os erros de passes eram constantes.
E quem errou primeiro foi Wallace, que após cruzamento inocente da direita, cortou mal e a bola sobrou nos pés de Rafael Sóbis, que de canhota fez o primeiro do jogo, primeiro do Fluminense.
O meio do Flamengo hoje estava com apenas 3 jogadores, sendo apenas 1 de criação. Luiz Antônio, Elias e André Santos(que é lateral, mas jogou improvisado). Um meio-campo de qualidade, sem nenhum ‘caneludo’. Prova disso está no gol do empate. Em jogada que começou na direita. André Santos conduzindo pelo meio e encontrando Hernane, que encontrou Elias, que achou o gol na saída de Cavalieri. Elias mais uma vez atuando muito bem como elemento-surpresa. Além de ser um ótimo volante, sabe chegar na frente e ajudar em jogadas para gol, como esta que empatou o jogo.
O Flamengo achava espaços pela direita muito facilmente. Leonardo Moura inclusive, antes do primeiro gol acertou uma bomba no ângulo oposto de Cavalieri, que quase virou gol. E com esse espaço, as chances de um novo gol aumentavam, e com isso… o segundo gol nasceu.
Leonardo Moura mais uma vez pela direita e encarando a marcação, passa fácil com um drible entre as pernas e cruza rasteiro para Hernane fazer DE LETRA – isso mesmo, DE LETRA. Seria Hernane um Zico disfarçado(jamais saberemos)? E é fato que eu brinquei aqui.
No segundo tempo, o mesmo Hernane em bate-rebate na área faz o terceiro. Ele ou André Santos. Pouco importa. O que importa é que o Flamengo, pelo menos nesse jogo, aprendeu que é sempre bom, mesmo vencendo, tentar ampliar o placar.
Literalmente no fim do jogo, faltando 30 segundos para acabar, Felipe ainda toma um gol. Sim, já havíamos ganho o jogo de qualquer maneira, mas, serve de alerta: é muito difícil Felipe passar 1 jogo sem sofrer gol, e isso tem que ser cobrado.
O time não sufocou, não marcou pressão, mas fez o seu papel durante todo o jogo e mereceu vencer. Elias vem crescendo absurdamente – marca, corre, passa, faz gol; Leonardo Moura é verdadeiro vagalume – joga bem aqui, péssimo ali, e ‘vamos vivendo’. Acho o Gabriel um pouco inconstante, mas hoje não o vejo fora do time.
E se eu pudesse dar um conselho ao Mano, esse seria: pressione o grupo e tente fazer com que eles acabem com essa inconstância. Você consegue, sei que sim!
E ao Fluminense: Pague a série B!
Que venha o Goiás, quarta-feira próxima.

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Tulio Rodrigues