Pés no chão com ambição.
Na última rodada(14ª), eu comentava neste espaço sobre o temor que o Flamengo sente ao enfrentar times no Sul do país. Isso após mais uma derrota, contra a Chapecoense, em Chapecó-SC. O que sempre é citado é que, para se vencer nesses territórios abaixo do Rio de Janeiro, era e é preciso agir como gigante. Impor-se na casa do adversário nem sempre é das tarefas mais árduas. Óbvio, tem dias que o time não consegue fazer nada. Faz tudo certo, mas a bola não entra, porque “não é pra entrar”. Outros dias, como hoje, a coisa inverteu-se.
Se fizer uma rápida pesquisa, até 2012 o Flamengo não conseguia sequer empatar no Couto Pereira. Em 2009, por exemplo, ano do último título brasileiro, o Flamengo tomou 5 a 0, com direito a gol contra. Ou seja, faltava algo. E esse algo era e ainda é o temor desses campos, desses estádios, que sempre nos fizeram motivo de chacota(Beira-rio e o “antigo” Olímpico ainda fazem).
Ano passado, com a proximidade do título da Copa do Brasil, o Flamengo conseguiu vencer no mesmo Couto Pereira. E melhor, por 2 a 0. Motivo: impôs-se e engoliu o Coritiba. “Ah, mas o Coritiba vem em má-fase a um tempo.” Isso não é desculpa pra tirar o mérito de quem joga futebol como sua história manda, e aniquila o adversário.
Para confrontar o Coritiba, Luxemburgo mandou o Flamengo num 4-3-3, com Paulo Victor; Léo Moura, Wallace, Marcelo e João Paulo; Recife(Amaral), Márcio Araújo e Canteros; Everton, Eduardo da Silva(Mugni) e Alecsandro(Arthur). O time apresentou mais compactação e uma marcação-pressão mais pensada. Não era a todo tempo, mas pra surpreender e aproveitar um erro qualquer do Coritiba.
Coritiba que tinha a posse da bola. Eram 55% a 45% do Flamengo. Porém, a proposta era pelo contra-ataque. E a marcação-pressão mais uma vez funcionou. Aos 16 do primeiro tempo, a bola chegou em Baraka, na defesa, e tudo parecia tranqüilo. Até que Everton forçou e roubou-lhe a bola, saindo em disparada. Campo livre, goleiro saindo e um toque de direita, abrindo o placar. Era disso que o Flamengo precisava pra ter segurança no jogo e forçar ainda mais o Coritiba ao erro.
Erro que veio novamente aos 28. E, de novo, com Everton. Arrancando pela esquerda e achando Alecsandro livre e em velocidade. Mas Alecsandro… desperdiçou chutando errado.
Com apenas 1 minuto, no lance seguinte, Paulo Victor, quase atrasado, espalma uma tentativa por cobertura, de Noberto.
Essa chance mostrava o domínio do Coritiba, mesmo após ter sofrido um gol, porém com a posse de bola maior, devido à proposta de jogo do Flamengo. Eram 60% ao fim do primeiro tempo. Em que ainda teríamos um corte esquisito de Marcelo e uma pequena confusão entre Zé Love e Paulo Victor.
Na volta ao segundo tempo, Mugni entrara para a saída de Eduardo da Silva, ainda sem estar 100% fisicamente. Alecsandro, inoperante no ataque, ajudou a defesa em dois ataques do Coritiba. Aos 24 do segundo tempo, acabou saindo para a entrada de Arthur. Aos 25, outra mexida: dessa vez, Recife saindo para a vinda de Amaral. Mais pegada e fechamento dos espaços.
Nos minutos que restaram, o Coritiba aumentou sua posse de bola, o Flamengo recuou e apenas aguardava, mais que o normal, algum erro. Porém, era muito pecado pra pouco sucesso. O time tomava a bola, tocava, tocava e quando tentava um lançamento ou um passe simples entre os zagueiros, Arthur era pego em impedimento. No último minuto, podendo fazer o passe para o próprio Arthur, Mugni tentou sair de três e perdeu a bola.
Sorte que Everton aos 16 do primeiro tempo, resolveu o jogo. Acreditou na jogada, apertou a marcação, arrancou e fez o gol. O nome é ambição! E é essa ambição que todos devem ter até o final do campeonato, se quiserem algo grande, condizente com a história e tradição do Flamengo. O fato de ter vencido, ainda mais sendo fora de casa, nunca será algo ruim. Tem que ser festejado, porém, com os pés no chão. O meio da tabela é algo que ainda é buscado, contudo, porque não olhar a parte de cima com ânimo e vontade? Hoje a vitória poderia ter escapado, tanto pelas chances perdidas como pelas vezes que o Coritiba chegava.
O torcedor do Flamengo há(precisa) de ser um torcedor chato, que não se contenta com pouco, e na visão dele, fase boa é só quando o time está na liderança ou brigando por ela. Porque não cobrar uma sequencia de vitórias e, sempre que der, buscar ganhar de maneira melhor, com mais gols? Sim, esse time pode e tem que buscar vôos altos, não se contentar com pouco.
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