Incentivar (via, governo, CBF e clubes) a formação de profissionais
e a implantação de estrutura física que permitam aumentar a formação
de jogadores e desenvolver um padrão de preparação que resgate a
essência da forma de jogo Brasileira. Além disso, é importante garantir
aos que não sejam aproveitados o devido apoio sócio educacional. Esta
medida permite ampliar a oferta de jogadores, melhorar o nível de
qualificação e resgatar a identidade do jogo Brasileiro. A Seleção
agradece;
Alterar o estatuto da CBF, aproximando-a dos clubes e atletas, e
permitindo maior democratização do processo eletivo e decisório. E
dentro dela criar comissões de Estudos e proposições permanentes, nos
moldes da UEFA;
Gestão e eficiência: Apoio à criação de um Centro de Governança do
Esporte, que implante um código de melhores práticas a ser seguido pelos
clubes. A partir do cumprimento deste CMP, clubes teriam incentivos
diretos a serem costurados com parceiros comerciais. É uma medida
fundamental para aumentar a credibilidade institucional do futebol, e muito
mais simples, eficiente e livre de influência política que a criação de uma
“Agência de regulação do futebol”;
Profissionalizar a Gestão dos clubes: Alterar a legislação atual, que
“pune” o clube que profissionaliza a gestão através de maior tributação. É
preciso reduzir o papel dos dirigentes não remunerados, amadores e
“apaixonados” que comandam os clubes, o enfraquecem por disputas
insuportáveis de poder e mudam tudo a cada troca de mandato. No futebol
profissional de alto rendimento não cabe mais a figura dos dirigentes
“folclóricos”, é preciso obrigar as entidades a terem gestão
completamente profissional. Também é bem-vindo o incentivo à criação
de clubes empresa (80% dos TOP clubes mundiais são assim), que hoje
tem desvantagens fiscais em relação às entidades sem fins lucrativos. Ou
seja, premia-se a ineficiência;
Atrair Investimentos: Nosso futebol vive uma crise de investimentos, não
há recursos disponíveis apesar de os clubes faturarem muito mais, já que
grande parte destes recursos estão comprometidos com dívidas já
assumidas, situação que a Lei de responsabilidade fiscal, não resolverá,
apesar de atenuar. Retomar a capacidade de investir só é possível
através de 3 situações: Geração de superávits (não existe), investimento
público (não é função do Estado fazer isso) e investimento privado (essa
é a saída). Em qualquer mercado, investidores buscam segurança e
regras claras, portanto é necessário aperfeiçoar a regulamentação do
investimento no futebol. Enquanto a Europa os clubes recebem rios de
dinheiro de investimento, no Brasil ninguém investe pois não há garantias
ou condições de segurança jurídica que atraiam o bom capital. E na falta
do bom capital, os “picaretas” ocupam o espaço. Neste aspecto, também
é importante regulamentar o mercado de agentes de futebol, criando
regras mais claras de atuação, que excluam os maus profissionais e
atraíam os mais éticos e bem preparados. Sem investimento, não vamos
a lugar algum;
Implantar fair play financeiro que limite o prejuízo dos clubes (a última
linha do balanço) e os forcem a viver dentro das suas capacidades de
pagamento, com punições esportivas aos clubes e aos dirigentes que não
as cumprirem. Só comprovar pagamento de salários e tributos não é
suficiente, além de ser passível de “dribles”. Além disso, limitar o nível de
endividamento também seria outra medida bem-vinda. Estas são as
únicas maneiras de estancar o endividamento crescente, causa principal
da falta de capacidade de investimento dos clubes;
Reformular o calendário: Anualizar o calendário do futebol,
transformando o campeonato brasileiro em uma competição de ano
inteiro, e os estaduais em divisões de acesso deste. É uma medida
necessária para aumentar a rentabilidade dos clubes e gerar melhores
condições de investimento no futebol. Também é preciso subsidiar (com
recursos de direitos de tv, por exemplo) a criação de divisões inferiores
que possibilitem que todos os cerca de 600 clubes profissionais tenham
atividades anuais. Custa menos que se imagina e é fundamental tanto
para aumentar a oferta de formação de jogadores, quanto para
democratizar a prática do futebol pelo país;
Foco em estádios cheios: O parque de estádios brasileiros foi
reformado, e hoje é um dos melhores do mundo, o que é condição básica
mas não determinante para a volta dos torcedores. Violência, preços dos
ingressos, qualidade dos jogos são alguns dos itens a serem abordados.
Estádios cheios valorizam o espetáculo como um todo, atraindo interesse
de parceiros comerciais (investidores, patrocinadores, etc), dos
torcedores e dos próprios jogadores. Nada desvaloriza mais um
espetáculo do que a falta de público;
Foco no Sócio Torcedor: É um dos mais desejáveis tipos de receita que
os clubes podem ter, pois permite um melhor planejamento financeiro. No
mundo inteiro, os planos de sócio torcedor estão por trás dos bem
sucedidos casos de competições com estádios cheios e de clubes com
maior solidez financeira;
Regras para a distribuição de recursos: Implantar fórmula objetiva e
transparente de distribuição de recursos dos direitos da TV, que incluam
maior nível de meritocracia e reduzam as diferenças entre o que os clubes
recebem. Desejável bonificar clubes que atinjam objetivos estratégicos
para o futebol como um todo, como encher seus estádios, por exemplo.
Esta medida fortalece os clubes, aumenta a competitividade e atrai os
torcedores;
Fomentar negócios: Criar câmaras de comércio ou associações de
clubes (para não usar o temido nome LIGA) que façam a gestão dos
campeonatos e negociem acordos comerciais em bloco, gerando ganhos
substanciais aos clubes. Qualquer coisa no formato “Clube dos 13” é
insuficiente, pois apenas muda o poder político de uma mão para outra. É
preciso que a gestão seja “profissional” e sem influências políticas;
o Implantar planejamento estratégico para o futebol, com objetivos
claros, ferramentas e métricas adequadas de avaliação e permanente
implantação das medidas corretivas necessárias ao longo do tempo.
Necessário para sabermos onde estamos, para onde queremos ir, que
ferramentas temos à disposição, e quais serão os desafios enfrentados.
É fundamental, como ponto de partida de um trabalho sério e qualificado.
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