Podia ter sido diferente

Podia ter sido diferente

Contra o Goiás, no Serra Dourada, eu lembrava esses dias do jogo em 2009, quando Pet fez seu primeiro gol com a camisa do Flamengo em seu retorno ao clube após oito anos. Não cheguei a tempo de ver o bastante e fazer um bom texto. Porém, quando cheguei, vi que já tínhamos tomado o primeiro gol. No replay do lance: cruzamento da direita, e Walter, sem marcação, finaliza para o gol, no alto, sem chances para Felipe. Ou até tinha chances, mas a fase não anda nada boa para o goleiro.

O Flamengo não jogava mal, pelo menos na minha visão. Às vezes, com certa lentidão para progredir rumo ao ataque, mas atacava, criava. Mas o sucesso não vinha.

Chicão fez sua estreia pelo Flamengo e não comprometeu. Mostrou visão de jogo, boa marcação e um gol — aliás, GOLAÇO! Aos 6 do segundo tempo, Hernane, em ataque para o Flamengo, é derrubado. Para a cobrança, se apresentaram Chicão e André Santos. Se olharmos bem, há um tempo atrás, podia-se dizer: “É falta para o Corinthians!” E como nos tempos de Corinthians, Chicão bateu. E com uma categoria daquelas, com um toque levíssimo na bola, tirou do goleiro — a bola ainda bate no travessão — e fez seu primeiro gol, em seu primeiro jogo. Sorte? Pode ser que sim, mas eu prefiro competência.

Mano esbravejou, gritou, saiu da linha… literalmente! Em lance em que Leonardo Moura desaba ao chão, fora do campo, por conta de um estiramento na coxa, Mano reclama e dá um passo; não é ouvido, e mais um passo; “O árbitro está surdo!”, mais um passo. Mano entra em campo e, se tivesse menos idade, poderia ter parado o contra-ataque do Goiás. Mano faz o que gosto em técnicos de futebol: não fica no banco mascando chiclete e apenas olhando o time errar ou acertar. Ele grita, interage, joga junto. Mas, dessa vez, deu sorte de o árbitro não tê-lo expulsado nem o ter suspendido.

E seu time, o Flamengo, tentou, esperou o Goiás subir para o ataque para tentar um contra-ataque e resolver o jogo. Teve uma chance daquelas com Hernane, mas ele tentou o mais difícil e perdeu. O Flamengo foi mal apenas quando se escondeu e abdicou de atacar por uns minutos, e quem faz isso não ganha jogo. A única exceção era aquele Botafogo do Campeonato Carioca de 2010, que era… um sortudo mesmo (pra não dizer outra coisa). Jogava mal demais, mas num chute que Loco Abreu mandava, a bola batia em sete zagueiros e entrava; ganhou aquele campeonato assim.

Enfim, o time não jogou mal, principalmente quando tentava sair jogando na velocidade e trocando passes rápidos: Chicão, Elias, Leonardo Moura (quando sai do túmulo), Luiz Antônio (quando entra bem), André Santos, Hernane (nos últimos jogos). O Flamengo de Mano Menezes parece estar nascendo, se formando. Já tem um padrão de jogo, e a escalação está quase sendo montada. Contra o São Paulo, na próxima rodada, espero uma vitória — boa vitória, aliás. O São Paulo vem em má fase e tem tudo para nos entregar o ouro. Hoje temos 18 pontos e, mais uma vez, desperdiçamos a chance de uma vitória. Que diante do São Paulo ela venha, porque hoje podia ter sido diferente.

Se quiser, posso também sugerir melhorias estilísticas e de coesão. Deseja uma versão revisada com esse foco?

Germano Medeiros
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