Por uns 15 minutos eu fico em frente ao computador pensando em como começar esse texto, e, agora me parece que irei conseguir. Fato é que a noite do Flamengo não foi de uma festa incessante, louca, mágica como foi diante do Cruzeiro, na volta, no mesmo Maraca, naquela noite que precisávamos de 1 gol para classificar e que sofremos até os 43 do segundo tempo.
Mas foi como na década de 80. Pra quem viveu aqueles tempos, hoje, sentiu saudades e vontade de até lá retornar. Jogo da vingança? Podia até ser pelo resultado no Brasileiro há duas semanas, mas não. Seria muito pequeno, seria muito Botafogo – entendam meu trocadilho, estou feliz, estou bobo escrevendo.
Durante o jogo aposto com toda certeza, a torcida só reclamou do Carlos Eduardo, pelas besteiras que cometeu e pelas investidas ao ataque em que errou, ao tentar, ao se esforçar pra fazer algo produtivo. Carlos Eduardo, você não colou no Flamengo – como Elias, como Paulinho, Amaral, etc – mas você pode ser mais útil se pedir pra sair, por exemplo. Mas, não vou estragar o post desse massacre de Jornalista Mário Filho, falando do Carlos Eduardo.
Todos sabiam, o Flamengo sabia, as formigas, os sapos, os bois, e porque não os urubus, sabiam do que o Flamengo precisava pra passar pelo Botafogo. Sim, passou encurralando, por cima, maltratando e, com classe. A torcida do Botafogo se mandou, Seedorf também, tiveram outro expulso, e o Broca D’or decepou o Botafogo de cabo a rabo.
Primeiro em cobrança de falta. Um bate-rebate na área e Hernane de primeira, de canhota, sem deixar a bola quicar, mandou para o gol. Começava cedo e começava bem demais o Flamengo. O temor da torcida, sempre, é que o Flamengo comece bem, abra 1, 2 gols e amoleça. Recue, chame o adversário, o mesmo venha e empate. Mas não. Essa quarta era noite que nada para o Botafogo iria dar certo. Mas nada mesmo. A começar pela torcida que foi em escasso número para o Maraca. Só acho que quando os jogadores reclamam, tem razão. Mas quando o fazem sem chorar, porque ninguém aguenta mais.
E o segundo viria logo em seguida. Troca de passes que começou no lado direito do Flamengo e chegou a André Santos que partiu em disparada. Achou Paulinho infiltrando na área e o lançou. Paulinho, que teve noite de Garrincha, venceu fácil a marcação e bateu na saída de Jefferson, que ainda defendeu, porém dando rebote. Que o Broca D’or matou de canhota, de novo, e continuou o passeio. Aquela altura não era passeio ainda, mas, o Botafogo dava muito espaço e permitia ao Flamengo vir com tudo, e, embora que às vezes falhando na zaga.
O primeiro tempo se foi, com uma exibição ótima do Flamengo, porém pecando na zaga, que viria a se acertar completamente no segundo tempo, não passando absolutamente nenhum susto no segundo tempo.
O segundo tempo veio e o Flamengo deixou a torcida apenas 10 minutos apreensiva. O Botafogo ensaiou uma reação, tentava jogar mais rápido e tentar trocar passes chegando melhor lá na frente. Mas, só um ensaio mesmo!
Aos 12, enquanto a torcida gritava Olé, André Santos avança à linha de fundo e acha ele… Hernane de novo. Um hat-trick para ficar marcado na história do Maraca. Hernane cabeceou em cima de Jefferson, que espalmou para dentro e nada mais pôde fazer. Hernane passa pela placa de publicidade, aponta para a faixa com o nome dele, grita, fica ‘doido’, mas, tinha de ficar.
Do terceiro gol em diante, o cenário do jogo foi de uma tranquilidade absoluta. O time continua atrás, não com um ônibus postado em sua zaga – como é costumeiro se ver no futebol europeu – e esperando o Botafogo tomar iniciativa, pois ao Flamengo só restava ‘curtir’ o momento e deixar rolar o que viesse. E veio mais. Carlos Eduardo lançou Hernane que entrou sozinho à frente de Jefferson. Ia tentar uma cavadinha, pela forma como vinha, mas Dória, completamente desesperado tocou Hernane por trás e cometeu o pênalti. Dória expulso e… Léo Moura para a cobrança. Dia de seu aniversário, e – mesmo com a má-fase que já vinha a bastante tempo, com os ‘poréns’ em 2009, tem seu crédito com a torcida – e gol na cobrança.
Festa, festa e mais festa. Foi apenas isso que rolou até o fim do jogo. Com a parte da arquibancada destinada à torcida Botafoguense, quase vazia, a boate se seguiu no campo. O Flamengo jogava com alegria, como queria, no embalo da torcida e o placar refletia bem essa união.
Hoje foram quase 60 mil presentes para ver o massacre de Jornalista Mário Filho. E nem falo numa possível final, o público e o inferno que será transitar pelo Rio de Janeiro este próximo mês. Á torcida, meus parabéns, e que essa festa se repita por mais e mais vezes. Não só neste ano, mas, enquanto vocês puderem, por toda a eternidade. E a você, Jayme, sei que não vai poupar o time inteiro contra a Portuguesa, porque seria uma loucura. Mesmo que uma boa parte da torcida aceitasse e compreendesse, não é o correto agora. O adversário da semifinal sairá logo mais à noite e o primeiro jogo já será na quarta. Portanto, foco, mas sem abrir mão de vez do Brasileiro. É preciso inteligência nesses momentos e sei que você, mais que todos nós, tem isso pra dar e vender. Que venha a Portuguesa e depois, quem vier. Quem quer ser campeão não escolhe adversário. Clichê mas é fato.
(Quanto à foto do post: qualquer semelhança não é mera coincidência. Ainda estou bobo e feliz, preciso disso.)
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