Ficha técnica da partida
Escalação do Corinthians: Cássio; Alessandro, Wallace, Paulo André, Fábio Santos; Ralf, Guilherme, Edenílson, Douglas; Romarinho, Emerson.
Esquema: 4-4-2.
Técnico: Tite.
Escalação do Flamengo: Felipe; Wellington Silva, Welinton, Renato Santos, Magal; Amaral, Ibson, Renato, Léo Moura, Cléber Santana; Vágner Love.
Esquema: 4-5-1.
Técnico: Dorival Júnior.
Estádio: Pacaembu (SP).
Público pagante: 25.395
Público presente: 26.862
Renda: R$ 756.968
Placar: Corinthians 3 x 1 Flamengo
Gols: Edenílson 15’ 2º tempo, Paulo André 30’, Emerson 44’ (Corinthians); Renato Santos 29’ 1º tempo, Liédson 47’ 2º tempo (Flamengo).
Cartões amarelos: Fábio Santos, Emerson (Corinthians); Amaral, Welinton, Renato (Flamengo).
Arbitragem: Fabrício Neves Corrêa.
Auxiliares: Marcelo Bertanha Barison, Tatiana Jacques de Freitas.
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No fundo, Dorival entrou em campo entregando o resultado. Abdicou da vitória desde o começo. Não tiro a culpa dos jogadores também, que não correram, não marcaram, não tocaram, e não se esforçaram para segurar um resultado positivo e vencer o Corinthians em seu estádio. “Segurar” nem é a palavra certa aqui, na verdade. Há tempos, e em vários jogos, venho dizendo: o Flamengo não tem ambição de nada.
O time entra em campo com uma mentalidade que parece ser: “Vamos resolver rápido, nos fechar e torcer.” Mereciam uns bons conselhos de Zico, Júnior, Nunes, Andrade, Raul, Leandro, Mozer e companhia. Isso é inaceitável até para o pior time do mundo, diga-se de passagem.
No momento em que Ibson lança a bola na área, Renato Santos se projeta, toca e marca o gol. Estranhamente, não senti vontade de comemorar. Muitos vão pensar: “Esse cara não é rubro-negro. Que absurdo!” Pensamento equivocado. Simplesmente esperei a conclusão do lance (mesmo com a bola no fundo da rede), vi Renato comemorando, e nada do bandeira marcar impedimento — que, de fato, aconteceu. O pé direito do zagueiro estava adiantado em relação à linha da bola. Depois disso, comemorei, mas mentindo para mim mesmo.
Comecei culpando Dorival, mas já me vejo culpando mais o time do que ele próprio. É preciso equilíbrio.
Dorival vem de dois resultados negativos: derrota contra o Fluminense e empate contra o Bahia, ambos no Rio de Janeiro. Pífio, para dizer o mínimo. Ok, o Fluminense era (e provavelmente será) o campeão do campeonato, e o Flamengo lutou, pressionou, mas não conseguiu o resultado.
Contra o Bahia, a bola simplesmente não entrou. Mas contra esses dois times, o Flamengo mostrou raça. Então, por que contra o Corinthians, mesmo fora de casa, isso não aconteceu? Por que temer um time que não tem metade da nossa história?
O esquema foi errado? O técnico pisou na bola de novo? E daí?! O técnico pode errar, mas vocês, jogadores, têm a obrigação de vencer, aconteça o que acontecer.
Neste momento, sinto falta do time de 2009. Aquela equipe que não temia nem um Barcelona, se precisasse enfrentá-lo. Derrubaram o Palmeiras no Palestra Itália, quase invencível na época; venceram o Atlético-MG no Mineirão lotado; empataram com o Inter no Beira-Rio, mesmo com o campo encharcado. Mesmo em condições adversas, aquele time era destemido.
É evidente que o time de 2009 é infinitamente superior ao atual. Mas, se aquele tinha raça e não temia ninguém, por que este ou qualquer outro da história do Flamengo não pode ter?
A maior confusão do Flamengo hoje, todos sabemos, está dentro das dependências da Gávea. E aqui estou eu, mais uma vez, desviando o foco do jogo, dos lances, dos gols, para falar da gestão desastrosa de Patrícia Amorim — que, felizmente, não se elegeu vereadora no Rio de Janeiro. Quem sabe isso seja um sinal do que vem por aí em dezembro.
Para encerrar, deixo aqui dois fatos: um time que joga com medo, retrancado, não vence ninguém. E um técnico que treme e coloca cinco homens no meio-campo, dois zagueiros sem entrosamento e um atacante isolado, também não.
Contra o Cruzeiro, no sábado, minha esperança nesse time já está abalada. Nossa briga é, de novo, contra o rebaixamento. Libertadores não é mais uma possibilidade para 2013. Talvez no ano da Copa, como em 2010. Mas meu amor pelo Flamengo, minha raça e minha vontade de vencer nunca caem. No sábado, esses sentimentos estarão apenas em um ‘sono morno’, esperando o Flamengo despertar.
E que a raça volte a predominar!
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