Rafael Sóbis se contradiz ao vivo e expõe o vazio lógico do debate esportivo sobre o Flamengo
 
						O ex-jogador e hoje comentarista Rafael Sóbis protagonizou, nesta semana, uma das declarações mais confusas da cobertura esportiva recente. Durante o programa Troca de Passes, do SporTV, Sóbis afirmou que “torcia para uma final brasileira na Libertadores”, mas, na sequência, previu que a decisão seria entre Palmeiras e Racing. O comentário, feito às vésperas do jogo decisivo entre Flamengo e o time argentino, viralizou pela falta de coerência e pela evidente contradição entre o desejo declarado e a argumentação apresentada.
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A fala aconteceu antes da classificação do Flamengo, quando a equipe de Filipe Luís levava vantagem mínima por 1 a 0 sobre o Racing após o primeiro jogo. Sóbis, no entanto, sustentou que o Palmeiras, que havia perdido por 3 a 0 na ida, “tinha mais condições de virar” do que o Rubro-Negro de se classificar. O raciocínio desafia qualquer lógica esportiva elementar: a equipe que precisa reverter três gols teria, em tese, mais dificuldade do que a que joga com vantagem.
O curioso é que a frase, mais do que um equívoco isolado, expõe o tipo de comentário raso e contraditório que tem se multiplicado nos debates esportivos televisivos. A opinião de Sóbis foi apresentada como análise, mas carece de sustentação empírica ou lógica. Não se trata de clubismo declaradom o que seria legítimo, mas de um discurso que se disfarça de imparcialidade enquanto ignora os fatos.
O ex-atacante, que defendeu Internacional, Cruzeiro e Fluminense, não esconde uma rivalidade antiga com o Flamengo. Em 2019, por exemplo, ele protagonizou desentendimentos públicos com torcedores rubro-negros durante a campanha do título nacional. Mais recentemente, foi visto em jogos do Inter no Beira-Rio, entre os colorados, manifestando apoio explícito ao antigo clube.
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Mas o problema maior não está na preferência pessoal de um ex-jogador. Está no espaço dado a comentários desprovidos de coerência em emissoras que se apresentam como referências de jornalismo esportivo. O SporTV, que abriga nomes experientes, mantém figuras como Sóbis.
O debate sobre imparcialidade, aliás, volta ao centro da discussão. Não há problema em ser torcedor; o problema é fingir não ser. A questão não é o clubismo, é a falsa imparcialidade. O comentário de Sóbis se encaixa nessa categoria: não é opinião embasada, é torcida travestida de isenção.
Nos últimos anos, esse fenômeno ganhou corpo nas mesas redondas. O discurso “neutro” virou escudo para preferências e ressentimentos pessoais, e o público, cada vez mais atento, passou a perceber as distorções. Quando um ex-jogador com visibilidade nacional formula uma frase como “o Palmeiras tem mais chance de virar do que o Flamengo de se classificar”, não está apenas se contradizendo, está reforçando uma lógica de antipatia seletiva, onde o Flamengo se torna o alvo preferencial de análises enviesadas.
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No fim, o episódio de Rafael Sóbis diz menos sobre a Libertadores e mais sobre o estágio atual do jornalismo esportivo brasileiro. O espaço da reflexão deu lugar à provocação disfarçada. E, em meio a esse cenário, o torcedor já aprendeu a identificar o ruído: o problema não é a paixão, é a incoerência travestida de opinião.
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Por Tulio Rodrigues (@PoetaTulio)
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