Se impondo em “terras desconhecidas”.

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Vinte e dois pontos. Quatro vitórias seguidas e mais uma fora de casa. A conta enfim bate. O motivo é simples: imposição independente do campo. O Flamengo que no último domingo bateu o Coritiba por 1 a 0 no Couto Pereira, foi o mesmo que bateu hoje o Criciúma por 2 a 0 no Heriberto Hulse. E a evolução evidente também na quantidade de gols. Hoje o Flamengo quis fazer saldo, e com um jogo seguro, praticamente não correu riscos… os riscos imagináveis e evidentes quando se joga fora de casa.

O esquema mais uma vez mudou, porém seguiu-se a tentativa de resolver o jogo sem utilizar Lucas Mugni e Eduardo da Silva. Luxemburgo foi no 4-4-2 com Paulo Victor; Léo Moura, Wallace, Marcelo e João Paulo; Cáceres, Márcio Araújo(Lucas Mugni), Canteros e Everton; Nixon(Eduardo da Silva) e Arthur(Gabriel).  Eram 3 volantes, porém com postura ofensiva, tentando não ficar apenas na retranca.

O jogo não era amarrado de início e o Flamengo mostrou isso quando logo aos 3 minutos, em escanteio cobrado por Canteros, Marcelo desviou de cabeça, por cima do gol. Aos 5, nova chegada. O Flamengo sai em contra-ataque e a bola chega em Everton, que dispara pela esquerda e rola entre 3 marcadores para a chegada de Arthur, que desequilibrado chuta torto. Aos 9, o primeiro susto ao Criciúma. Canteros repetiu a cobrança de escanteio na cabeça de Marcelo, que mandou na trave direita de Luíz.

Tanto Flamengo como Criciúma não dominavam o jogo asperamente, nem faziam um jogo feio. Era um domínio tímido de ambos.

Aos 29, outra chegada do Flamengo pela esquerda. A bola veio por cima e Léo Moura emendou de direita. No travessão!

Flamengo e Criciúma tinham uma posse de bola equilibrada, mas o Criciúma errava mais passes. Ao fim do primeiro tempo eram 12 a 4. As tentativas eram um pouco parecidas de ambos os lados. O Criciúma tentava mais bolas aéreas e uma sorte na cabeçada ou num lampejo de Paulo Baier, que não estava num dia inspirado. O Flamengo era mais bola ao chão. Porém, faltava sorte e sobrava afobação às vezes.

E no retorno ao segundo tempo, um jogo mais intenso. A timidez deu lugar a pequenos sustos. O Criciúma colocava perigo com Silvinho e Cortez; o Flamengo tentava cruzamentos na área, sem sucesso, com a bola saindo à lateral.

Aos 12, os amuletos entravam em campo. Lucas Mugni e Eduardo da Silva vinham novamente em mais um segundo tempo pra resolver o jogo. O Flamengo ganhava em criação, perdia em marcação com a saída de Márcio Araújo. Evidente aos 20, quando não houve marcação em Eduardo pela direita, a bola chegou em Souza que não alcançou e a viu sair pela linha de fundo. Por pouco, o primeiro do Criciúma.

Arthur, apagado no jogo, dá talvez seu último chute a gol aos 27 do segundo tempo. No minuto seguinte, sairia para a entrada de Gabriel.

Arrisco dizer que Mugni, em algum momento da carreira vai se arrepender do que fez aos 30 do segundo tempo. Após troca de passes, Mugni recebe a bola sem goleiro e com apenas um zagueiro o marcando, por trás. Mesmo assim, prefere sofrer o pênalti a tocar pro gol. Deu sorte ao abrir o placar na cobrança. Era 1 a 0, mas poderia ter perdido e ficado no zero.

Aos 36, Rodrigo Souza é pego em impedimento em jogada aérea. Poderia ter mudado a história do jogo, mas, enfim a arbitragem foi segura no lance.

E aos 39, o tão indicado antídoto para jogos fora de casa. Mais uma troca de passes e Everton finaliza. A bola é travada e  sobra para Eduardo da Silva, que enfim marca um gol usando os pés. Bate de perna esquerda no canto esquerdo de Luíz e amplia a 2 a 0. Um placar que pode ser difícil em várias circunstâncias, mas quando é possível, é recomendado para dar tranqüilidade no restante do jogo.

Nos oito minutos restantes, o Flamengo gastou o tempo trocando passes, Gabriel driblando e quase deixando Eduardo da Silva pronto pra marcar o terceiro. Mas, no lance citado, estava impedido.

Foi se impondo em “terras desconhecidas”, na raça – sem abdicar do bom futebol -, e sabendo fazer um jogo tranqüilo. O time ainda depende da entrada de Eduardo da Silva e Mugni para resolver os jogos e melhorar de rendimento. Mas já é um avanço saber que Luxemburgo tenta fazer o time não depender tanto da dupla. Eduardo vai chegar a 100% de sua forma com o tempo, Mugni a tempos joga e sabe onde está pisando, contudo, é bom pensar no pior. Pode ocorrer de um dia um ou ambos tenham uma contusão e devam ficar um tempo longe dos gramados. Vai ser aí que Luxemburgo vai ter que ser aquele técnico do passado, que não dependia das circunstâncias e sabia o que fazer em situações mais adversas. Que venha a quarta-feira, que comece a luta pelo tetra da Copa do Brasil!

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2 thoughts on “Se impondo em “terras desconhecidas”.

  1. Eram 2 volantes, Cáceres e M.Araújo e 2 meias armadores, Canteros e Everton. Luxemburgo tem que controlar a tendência de querer inventar: Nixon não pode jogar ao lado do ineficiente Arthur. Ou um ou outro. Sem essa de amuleto. Não existem também titulares absolutos. Mugni e Eduardo Silva fazem parte de um grupo e este deve jogar dentro de um planejamento para cada partida dependendo do adversário. Vamos parar de querer criar “ídolos iluminados”. Os jogadores ainda estão se adaptando e pegando entrosamento. O time do FLA é um grupo de “carregadores de cimento”. Trabalho e aplicação tática.

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