Fiquei pensando em várias histórias, ideias ou qualquer mote para falar sobre o Zico, mas não consegui encontrar nenhum que fosse suficiente. Então decidi deixar o coração falar. E nada melhor do que o coração para falar sobre Zico, porque o coração não mente.
Zico foi o meu primeiro ídolo. Desde a infância, ele era a figura que simbolizava o Flamengo para mim. Era como se os dois fossem uma coisa só, uma unidade inseparável nas minhas memórias. É impossível pensar no Flamengo sem pensar no Zico, e vice-versa.
Nunca vi o Zico jogar, e por muito tempo isso foi motivo de lamento. Mas ao ouvir Moraes Moreira cantando em homenagem ao Galinho, com aquele refrão que diz: “Agora como é que eu fico nas tardes de domingo sem Zico no Maracanã?”, comecei a refletir. Será que suportaria viver sem Zico? Imagino a dor de quem viveu aquele momento em que ele deixou os gramados.
Privilegiados os que viram Zico jogar! Privilegiados os que tiveram a honra de vê-lo em campo, defendendo as cores mais lindas do mundo: as cores do Flamengo. Privilegiados os Arquibaldos e Geraldinos que testemunharam sua genialidade! Tenho certeza de que vocês nunca viram nada parecido na vida.
Definir o Zico é impossível. Ele é como o amor: não há definição que chegue perto do que ele realmente representa. E não falo apenas do atleta, mas também do cidadão, do ser humano. Se alguém me perguntasse em quem se espelhar, eu diria: “Se espelhe no Zico, seja como o Zico.” Como bem disse minha querida amiga Marcella de Miranda, o Zico deveria ser uma virtude. Parece até que ele é algo sobre-humano, mas não é. Zico existe e, por mais improvável que pareça, ele é de carne e osso, como eu e você.
Zico poderia ser inalcançável, considerando seu tamanho na história do Flamengo, sua importância para a torcida e sua relevância no futebol mundial. Mas ele não é. Pelo contrário, Zico é extraordinariamente humano. Ele é daquele tipo de pessoa com quem você gostaria de passar um dia inteiro só conversando. Ele é, simplesmente, sensacional.
Não posso deixar de registrar aqui o dia em que conheci o Zico pessoalmente. Foi, sem dúvida, um dos momentos mais inesquecíveis da minha vida. Primeiro, por estar ao lado do meu maior ídolo; segundo, por ter a chance de entrevistá-lo! Os dias que antecederam o encontro foram repletos de ansiedade e insônia. Foi a realização de um sonho.
Recentemente, fui convidado para participar do Movimento Zico 60 Anos. Aceitei sem pensar duas vezes. E que experiência tem sido! Ajudar a organizar a maior homenagem que Zico já recebeu é algo que me enche de orgulho. Além disso, conheci pessoas que compartilham o mesmo amor por ele e pelo Flamengo. Pensar e viver Zico 24 horas por dia é algo que não tem preço.
Como sou grato por ter no meu clube um ídolo como o Zico. Obrigado, Zico, por tudo que você fez pelo Flamengo, pelo atleta que você foi, pela pessoa que você é. Obrigado por todas as vezes em que, mesmo com o joelho comprometido, você fez esforços inimagináveis para entrar em campo e nos dar alegrias que jamais esqueceremos.
É impossível dimensionar em palavras o quanto você significa para mim. Quando criança, eu tinha a audácia de querer ser você. Hoje, carrego no meu coração uma gratidão infinita, impossível de retribuir. Eu o tatuei na minha pele porque você é um ser humano inesquecível, mesmo já estando marcado no meu coração.
Obrigado por ser Zico. Obrigado por ser esse sinônimo do Flamengo que deu certo.
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