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Vices para o Flamengo detonam crise política no Palmeiras e expõem fragilidade da gestão Leila Pereira

Vices para o Flamengo detonam crise política no Palmeiras e expõem fragilidade da gestão Leila Pereira

A crise política que hoje atravessa o Palmeiras ganhou contornos públicos na véspera da final do Mundial de Clubes e ajuda a explicar por que derrotas recentes para o Flamengo passaram a produzir efeitos que vão além do campo. Quem protagonizou o episódio foi a presidente Leila Pereira em um embate verbal duro com um conselheiro no Conselho Deliberativo no dia 16 de dezembro por conta de questionamentos sobre gastos, gestão e rumos administrativos. O ambiente se tornou inflamável pela sequência de vices acumulados diante do principal rival esportivo da última década: o Rubro-Negro da Gávea.


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O conselheiro José Corona fez críticas diretas à administração. O foco não foi pessoal. Ele apontou números, questionou contratações e colocou sob suspeita a eficiência esportiva de um projeto que, segundo ele, consumiu cerca de R$ 700 milhões em jogadores, além de valores expressivos em luvas e salários. No discurso, destacou que o time campeão herdado de gestões anteriores foi sendo desmontado, enquanto o modelo atual ainda não entregou títulos relevantes no cenário nacional e continental. Ao classificar o momento como “gestão perdedora” e citar o rótulo de “tetra vice”, Corona expôs uma insatisfação que vinha represada nos bastidores.

A reação da presidente foi imediata e emocional. Leila Pereira deixou o terreno administrativo e partiu para ataques pessoais, questionando a trajetória profissional do conselheiro, chamando-o de fracassado e ameaçando medidas judiciais. O tom elevou a temperatura da reunião e escancarou uma fragilidade política que contrasta com o discurso público de estabilidade. Ao afirmar que sua gestão é a mais vitoriosa da história do clube e reforçar receitas recordes, a dirigente tentou recentralizar o debate nos números financeiros, mas evitou enfrentar diretamente o incômodo central: o esvaziamento esportivo recente diante do maior rival.

Esse episódio não nasce isolado. Ele é consequência de uma linha do tempo clara. Desde 2019, Palmeiras e Flamengo se enfrentam de forma recorrente nas decisões mais importantes do futebol sul-americano. O Flamengo venceu Brasileiros, Libertadores e confrontos diretos que passaram a moldar a percepção externa e interna dos dois projetos. Enquanto o clube carioca empilhou títulos e manteve competitividade constante, o Palmeiras entrou em um ciclo de finais perdidas em 2025, eliminações traumáticas e vice-campeonatos que passaram a pesar politicamente.

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O impacto desses resultados aparece agora dentro do conselho. A fala “tetra vice” não é apenas provocação esportiva; é síntese de frustração acumulada. Quando resultados deixam de sustentar a narrativa de excelência, o debate se desloca para gastos, escolhas e poder. A tentativa de personalizar o sucesso, recorrente nos discursos da presidente, também contribui para o atrito. Ao individualizar conquistas e decisões, a gestão se expõe mais diretamente às cobranças quando os títulos não vêm.

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Há ainda o pano de fundo institucional. A possibilidade de um terceiro mandato passou a circular nos bastidores, reacendendo temores de concentração de poder e fechamento político do conselho. O discurso do medo, já visto em outros clubes brasileiros, surge como alerta em um Palmeiras que se acostumou a se vender como modelo de governança.

No fim, o que se observa é que as derrotas para o Flamengo não produziram apenas memes ou provocações externas. Elas catalisaram conflitos, expuseram rachaduras e retiraram o verniz de unanimidade da gestão. O “efeito Flamengo”, citado nos bastidores, não está apenas no placar. Está na instabilidade política que agora vem à tona em um clube que, até pouco tempo, se orgulhava de silêncio e controle.

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Por Tulio Rodrigues (@PoetaTulio)

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