1951 a 1959 – A década de 50
A década de 50 começou para o Flamengo da mesma forma que a de 40 terminou: com uma crise no futebol. O presidente Dario de Melo Pinto vendeu Zizinho para o Bangu antes mesmo da Copa do Mundo no Brasil, em uma negociação lamentada por décadas no clube rubro-negro. Para piorar, o tabu contra o Vasco continuava, e após uma goleada de 5 a 2 sofrida para o rival, a torcida se revoltou e queimou a camisa 10 de Jair da Rosa Pinto, exigindo o retorno do técnico Flávio Costa. O resultado de tanta turbulência foi a pior colocação do Flamengo na história do Campeonato Carioca, um sétimo lugar, ficando até atrás do Olaria.
Diante de tamanho desastre, a diretoria trouxe de volta o treinador do tricampeonato da década de 40. No entanto, o retorno de Flávio Costa à Gávea não foi tão vitorioso quanto o esperado. O time terminou em quarto lugar em 1951 e foi vice-campeão em 1952, perdendo o título para o Vasco. Pelo menos o tabu de derrotas para o cruzmaltino foi quebrado em 1951, mas isso não foi suficiente para manter o técnico na Gávea.
Em 1953, chega ao Flamengo aquele que levaria o clube ao seu segundo tricampeonato. O paraguaio Fleitas Solich trouxe seus compatriotas García, Chamorro e Benítez, juntando-os a uma geração talentosa formada na Gávea. Na defesa, a virilidade de Pavão e a habilidade de Jordan; no meio-campo, a técnica de Dequinha, Rubens, Paulinho e Moacir; e no ataque, uma linha goleadora e habilidosa, com Joel, Índio, Henrique, Evaristo, Zagallo e Dida, todos destaques da campanha do segundo tricampeonato conquistado em 1953/54/55.
No último ano do tri, a taça foi levantada após uma série melhor de três contra o América. O Flamengo venceu a primeira por 1 a 0, perdeu a segunda de goleada, 5 a 1, mas devolveu o placar elástico na terceira, vencendo por 4 a 1.
Após a conquista do segundo tri de sua história, o Flamengo não repetiu o mesmo desempenho brilhante nas edições seguintes e terminou em terceiro lugar em 1956 e 1957, foi vice-campeão em 1958 e ficou em sexto lugar em 1959.
A década de 50 foi uma das melhores da história do Flamengo. Se o clube não conquistou títulos no remo, pelo menos no futebol sagrou-se tricampeão carioca e revelou craques para a seleção brasileira campeã mundial em 1958. No basquete, teve a geração brilhante de Algodão, comandada por Kanela, que conquistou o decacampeonato carioca. No vôlei, foi duas vezes bicampeão com Carmen Godinha e Zoulo Rabelo. No atletismo, conquistou o pentacampeonato carioca e um título brasileiro com Tião Mendes.
Foi uma época tão intensa que vitimou um dos maiores presidentes da história do clube. Gilberto Cardoso, símbolo do amor rubro-negro, faleceu após sofrer um infarto logo depois da emocionante final do Campeonato Carioca de basquete de 1955, decidida no último segundo. O Flamengo perdeu um de seus mais dedicados filhos em uma das épocas mais gloriosas de sua história.
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