Segundo o site Máquina da Bola, a Adidas fez uma proposta de R$ 350 milhões por um contrato de dez anos para ser a nova fornecedora de material esportivo do Flamengo. O acordo parece estar sendo articulado pela Traffic, pela presidente do Flamengo, Patrícia Amorim, e pela matriz da Adidas na Alemanha. A Adidas, inclusive, estaria disposta a pagar a multa rescisória de R$ 10 milhões referente ao contrato atual do Flamengo com a Olympikus (Vulcabras/Azaleia).
Vamos analisar os valores: o Flamengo recebe R$ 21 milhões por ano da Olympikus, R$ 14 milhões a menos do que a Adidas propôs pagar anualmente — um valor de R$ 35 milhões. No entanto, o contrato com a Olympikus é de vinte anos, totalizando R$ 420 milhões. A Olympikus também está investindo na construção do Museu do Flamengo, que será erguido na Gávea, sem contar os lucros significativos obtidos com royalties da venda de produtos licenciados. Até o momento, não foi divulgado se o contrato com a Adidas incluiria cláusula de renovação. Caso houvesse renovação por mais dez anos, o valor total poderia atingir R$ 700 milhões, superando o contrato atual com a Olympikus.
Uma das propostas da Adidas seria montar um “QG da Copa” no Rio de Janeiro e ajudar na reforma das instalações do clube. No entanto, fica a dúvida: em que sentido isso realmente beneficiaria o Flamengo, considerando que o clube já investe nessas melhorias? O site Máquina do Esporte também afirma que as negociações estão avançadas e que a Olympikus não teria conhecimento delas. Há ainda a informação de que a Traffic estaria intermediando as conversas, algo que a empresa nega. Não tenho certeza se a Adidas seria a melhor opção para o Flamengo, mas vamos analisar os fatos.
A Olympikus é mais do que uma simples fornecedora de material esportivo para o Flamengo, é uma parceira. A empresa bancou os salários de Adriano e, posteriormente, de Vagner Love durante suas passagens pela Gávea. A Olympikus trata o Flamengo como seu principal cliente, algo que não tínhamos com a Nike e que dificilmente teremos com a Adidas. Além disso, a Olympikus valoriza a história do Flamengo e a força da marca no mercado — algo que talvez nem a diretoria do clube tenha plena consciência. Esses são benefícios que vão além do simples valor financeiro.
No site oficial do Flamengo, há uma imagem indicando que falta apenas um dia para o anúncio de uma parceria histórica, mas sem mais detalhes. No rodapé da página, ainda aparece a logomarca da Olympikus como patrocinadora. Se tudo isso se confirmar e o Flamengo fechar com a Adidas, é provável que nossa imagem no mercado fique prejudicada. Antes do fim do contrato com a Nike, o Flamengo entrou em litígio com a empresa americana. Mesmo que a Adidas pague a rescisão, a imagem do clube pode sair arranhada. Afinal, você confiaria em quem não cumpre o que assina?
Se o Flamengo realmente fechar com a Adidas, torço para que seja bom para o clube. No entanto, eu não trocaria a Olympikus, que faz um excelente trabalho e com grande qualidade, por uma incógnita. Para mim, a Adidas é isso: um mistério em termos de qualidade de parceria entre a empresa, o clube e a torcida. Lembram da Nike e de como nos tratou? Péssimos na reposição de material esportivo, o que me faz lembrar do Toró treinando com uma camisa de treino desgastada e do time jogando sem os nomes dos jogadores nas camisas, porque a Nike havia trocado os nomes na numeração correta. E o que dizer do lançamento da terceira camisa em 2008, quando eles colocaram no site oficial uma foto da parede da Gávea com o escudo do remo todo descascado? Sem falar dos míseros R$ 7,5 milhões pagos anualmente por eles. Aí me pergunto: do que adianta ter o maior contrato de fornecimento de material esportivo da América Latina se o serviço não for à altura do que o Flamengo merece?
Vamos aguardar as próximas notícias sobre essa “bomba” e torcer para que, no final, tudo seja positivo para o Flamengo. Olhar para frente é sempre importante.
SRN!
Tulio Rodrigues
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