Luis Carlos Nunes da Silva, mais conhecido como Carlinhos, o “Violino” foi um dos mais perfeitos meio-campistas do futebol nacional. É o oitavo jogador de mais partidas disputadas pelo Flamengo com 517 jogos. Nunca vestiu outra camisa além do Manto Sagrado em toda a sua carreira. Carlinhos também carrega outra curiosidade, nunca foi expulso em toda a sua carreira. O que lhe rendeu o Prêmio Belfort Duarte.
Antigamente existia no Flamengo uma tradição de que quando o jogador estivesse encerrando a carreira, ele entregava o seu par de chuteiras a um jovem promissor das categorias de base. Em 1954, Carlinhos recebeu as chuteiras de Biguá. Em 1970, encerrando a carreira, entregou o seu par de chuteiras a ninguém menos que Arthur Antunes Coimbra, grande promessa da base na época e que viria a ser o maior ídolo da história do Flamengo.
Carlinhos tinha um toque de bola refinado e contava com grande classe para jogar futebol. Carlinhos conquistou pelo Flamengo quatro títulos sendo eles o Torneio Início do Campeonato Carioca em 1959, o Torneio Rio-São Paulo em 1961, o único do Clube e os campeonatos Cariocas de 1963 e 1965.
O “Violino” só tem uma frustração na sua carreira, a de não ter conseguido fazer carreira com a Seleção Brasileira. Carlinhos disputou somente uma partida com a Seleção. Foi em 1964 numa partida contra a Seleção de Portugal. Carlinhos chegou a figurar entre os 41 jogadores selecionados para a pré-preparação para Copa do Mundo de 1962. Apenas 22 iriam ao Chile. O técnico Aimoré Moreira preferiu levar Zequinha do Palmeiras como reserva de Zito e Carlinhos ficou de fora.
No dia 15 de dezembro de 1963, Carlinhos liderava o time que foi campeão Carioca em cima do Fluminense após um empate em 0 x 0. Naquele jogo registrou-se o maior público entre dois Clubes do futebol brasileiro. Estavam presentes no Maracanã, 177.020 torcedores.
Carlinhos também figura numa seleta lista na história do Flamengo. É considerado um dos maiores técnicos de toda história do Clube. Ao lado de Carlinhos estão nada menos que Claudio Coutinho, Flávio Costa, Fleitas Solich e Zagalo.
A primeira oportunidade como técnico surgiu em 1983 ao substituir Paulo César Carpegiane. Atuou como interino por cinco partidas. Sendo uma vitória, três empates e uma derrota. Carlinhos deu lugar a Carlos Alberto Torres que se sagrou campeão Brasileiro naquele ano com o Flamengo.
O então “professor” teve idas e vinda como técnico do Flamengo. Nos momentos de crise sempre era chamado para comandar o Clube. Só passou a ser respeitado como treinados quando conquistou o tetracampeonato Brasileiro pelo Flamengo em 1987. Porém, nunca conseguiu grandes êxitos comandando outra equipe. Em 1991 assumiu o Flamengo novamente, mas após vencer o campeonato Carioca em cima do Fluminense, preferiu voltar a comanda as categorias de base.
Voltou ao comando do time principal em 1992 e levou o time ao pentacampeonato Brasileiro. Depois dessa passagem ainda vieram mais três que culminou com mais títulos. Os campeonatos Cariocas de 1999 e 2000 e a Copa Mercosul de 1999, o último título internacional do Flamengo.
Carlinhos comandou o Flamengo em 313 partidas como técnico, obtendo 158 vitórias, 84 empates e 71 derrotas. Conquistando também 8 títulos, a saber: Taça Guanabara de 1988 e 1999, Campeonato Carioca de 1991, 1999 e 2000, Campeonato Brasileiro de 1987 e 1992 e Copa Mercosul de 1999. É um dos técnicos mais vitoriosos da história do Clube.
Carlinhos ganhou recentemente uma grande homenagem do Flamengo. Em fevereiro de 2011 foi inaugurado na Gávea um busto de bronze que fica próximo ao campo e no dia da solenidade recebeu uma medalha por cada título conquistado como treinador.
Em breve será lançado pelo jornalista Renato Zanata Arnos a biografia de Carlinhos. Toda homenagem ainda é pouca a quem tanto contribuiu para o Flamengo e para o futebol brasileiro.
Fonte de pesquisa: Flapédia e o livro “Flamengo – tua vida e tuas glórias” de Loris Baena Cunha.
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