E mesmo momentaneamente enfezada, curiosamente, não houve desespero. Aqueles 3 x 0 tomados fora de casa ainda não traduziam para mim, uma decepção na próxima quarta ( mesmo resmungando que o Pofexô tinha desfeito da CB). A estranha calma pós-goleada na verdade, é reflexo da fé que anos de flamenguismo me ensinaram a ter. Afinal de contas, todo flamenguista já nasceu fadado ao milagre.
E quando um dia antes da partida eu surtei e disse que seria assim, exatamente assim (3×0 e PV brilhando) certamente julgaram pilhéria. Não sei se aqueles que jogaram a toalha, jogaram por ter medo da decepção, mas já deviam ter aprendido que não há impossível pra quem é Flamengo. Quem torce, uma hora perde a fé. Quem ama, até o último minuto congela os olhos/ouvidos em cada lance.
Ajoelhada, de São Salvador me transportei ao Maraca, e os móveis da sala, sumiram. Tudo era Rubro e Negro. Na atmosfera em que a onipresença Rubro-Negra me envolvia, tudo era algazarra, tudo a minha volta era Flamengo, êxtase. Que amor é esse, que ferve e congela o sangue, que puxa os átrios pela boca, me transporta em frações de segundos, e colore o meu mundo? Que amor é esse, que ensina aos mais céticos o sentido da fé, fé essa que maltrata, entorpece, na teoria assegura, mas na prática enlouquece?
Vou bradar para que nos entreguem as taças, porque o pacto com a vitória é nosso, e amaldiçoados sejam aqueles que escarnecem dessa premissa. Podemos não passar das quartas. Podem por água em nosso Chopp, manguear nosso feijão. Todavia, enquanto houver Flamengo competindo, pode crer, enquanto esse Manto ostentar esse famigerado escudo, haverá humildade o suficiente pra aceitar um recomeço, e imodéstia a ponto de ignorar as carências durante 90 minutos, única e exclusivamente, porque aqui é Flamengo.
♫♩♫ …Me maltrata, me arrebata de emoção no coração! ♫♩♫
Twitter: @BrunaUchoaT
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