Fez falta, Flamengo.

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Desde 2003, quando a fórmula de disputa do Campeonato Brasileiro mudou para os pontos corridos, uma das coisas básicas e necessárias que qualquer time precisa fazer, seja brigando contra o rebaixamento ou por título, é o saldo de gols. E ontem o Flamengo teve sua oportunidade, porém não aproveitou.

Luxemburgo foi a São Paulo, ao Pacaembu, com a missão de trazer os 3 pontos contra um Palmeiras em situação ruim no campeonato. Para isso, mandou o Flamengo num 4-4-2 com Paulo Victor; Léo Moura, Chicão, Wallace e João Paulo; Cáceres(Amaral), Márcio Araújo(Élton), Canteros e Everton; Eduardo da Silva(Luiz Antônio) e Alecsandro.

O Palmeiras, mesmo em ‘casa’, foi ao jogo num 4-2-3-1, defensivo. Por mais que jogasse em seus domínios, a fase era ruim e precisava de um ‘refúgio’ caso a coisa não fluísse.

O esquema era defensivo, mas a postura tentava ser ofensiva. Porém o Palmeiras era acéfalo. Faltava no meio alguém que pensasse e ditasse o ritmo do jogo. Fizesse a bola chegar ao ataque. E o Flamengo conseguiu se aproveitar disso no primeiro tempo.

O Flamengo que acostumou-se a só marcar gols no segundo tempo, conseguiu fazê-lo no primeiro. Everton recebeu passe de Canteros que lançou rapidamente João Paulo na ponta esquerda. O lateral, mais uma vez avançou o espaço que tinha e tocou rasteiro na área. Canteros dividiu com Juninho e ganhou; passou por Natan e chutou alto, forte, sem chance para Deola. O Flamengo abria o placar e tinha o jogo em suas mãos. Era tentar fazer mais e resolver o jogo o quanto antes.

E não demorou muito para que o Palmeiras oferecesse outra brecha. Aos 31, Léo Moura carregou a bola pelo meio e achou Eduardo da Silva que infiltrava-se na área. O croata dividiu com Deola e ganhou a sobra. Após, levantou devagar para Alecsandro na pequena área, que empurrou de cabeça para o gol. Como numa demonstração que a partida vinha boa e teoricamente fácil, o Flamengo chegava ao segundo gol. E teve mais chances, podendo chegar a 3 ou 4 a 0 ainda no primeiro tempo. Fez falta, Flamengo!

O primeiro tempo se foi e o Flamengo, melhor, conseguiu o que queria, mas não o que teria de querer.

Dorival, pelo Palmeiras mexeu no retorno ao segundo tempo. Valdívia e Allione entraram nas vagas de Mouche e Henrique. O time que tinha um meio-campo acéfalo, agora ganhava uma cabeça pensante: Valdívia.  Após a entrada do chileno foi como se o time inteiro tivesse ganhado um real em gasolina. Todos passaram a correr demais e dar o sangue a cada bola.

E muito mais rápida foi a reação. Logo aos 2 minutos, após tentativa de lançamento de João Paulo, Lúcio rebate num chutão. A bola cai nos pés de Diogo, que bate no extremo do canto esquerdo de Paulo Victor, diminuindo a ladeira.

Ladeira essa que diminuiria de vez aos 23 do segundo tempo. Quando Valdívia tinha a bola dominada no meio e lançou Victor Luiz, que ganhou de Luiz Antônio na velocidade e bateu forte, no alto de Paulo Victor. Era o empate alvi-verde. Que o Flamengo não queria, mas procurou, mesmo que indiretamente.

Talvez o Palmeiras tivesse tido uma sorte maior, se aos 36, Valdívia não tivesse chutado e pisado Amaral e sido expulso. Saiu vaiado por parte da torcida e com a desaprovação de Dorival. Mas, pudesse estar satisfeito. Já que sofria no primeiro tempo sentado ao banco, vendo o time tomar 2 a 0, quando podiam ter sido 3 ou 4. Entrou e resolveu até onde pôde.

Méritos do Palmeiras, que entrou no segundo tempo com o foco total em empatar o jogo e quem sabe virar, que não foi possível – quem sabe pela expulsão. Azar e culpa do Flamengo, que quando podia ter feito um placar elástico, não o fez e, no segundo tempo faltou perna. Enquanto achar que um jogo em 1 ou 2 a 0 no placar, já está resolvido, vai tomar pancada e sofrer para conseguir o que quer/necessita.

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Tulio Rodrigues