O revés que doeu

Eu não diria que foi uma noite atípica, mas, sim, estranha, tensa e nervosa. Joel mandou a campo um time bastante modificado. Os desfalques foram Ronaldinho (convocado para a seleção da CBF), González (convocado para a seleção chilena), Léo Moura (contundido) e Aírton (com o pé esquerdo quebrado).

Era um time bem mesclado, com veteranos e jovens. Entre esses veteranos estava Deivid, que foi o maior assunto da mídia mundial na semana passada e mostrou, ontem, que estava afim de se redimir. E foi dele a boa contribuição para o primeiro bom lance do jogo, que resultou em gol rubro-negro.

O atacante recebeu a bola no meio e a adiantou um pouco. Preparou o chute e chegou nela antes do zagueiro que tentara cortá-la. O chute saiu forte, seco e foi na trave. Mas, dessa vez, a sorte estava ao nosso lado. A bola sobrou para Love, que furou na primeira tentativa, mas foi eficiente na segunda e mandou para o fundo da rede. 1 a 0, Flamengo.

Como eu dizia no começo do post, tivemos algumas baixas, mas todas foram repostas da melhor forma possível. Entraram Galhardo, Muralha e Bottinelli. No começo, os erros de passe eram bem visíveis, mas logo o time rubro-negro conseguiu se acertar em campo. No meio, Bottinelli se encarregou de armar as jogadas, enquanto Renato, com a braçadeira de capitão, tentava se aproximar da linha de frente composta por Deivid e Love.

Em uma bela cobrança de escanteio de Bottinelli, David Braz quase marcou, mas o goleiro defendeu sem sustos.

Deivid se mostrou um jogador disposto a esquecer o que aconteceu anteriormente e a ajudar o time. Ele participou de outra ótima jogada de ataque, na qual, com um toque de canhota, deixou Love na cara do gol. Uma pena que o atacante de tranças quis driblar o goleiro e perdeu a chance de ampliar.

Do lado do Boavista, um jogador chamado Tony chamou mais atenção do que aqueles que garantiram a vitória ao time. Ele foi o autor de duas entradas criminosas em Willians, que, por conta disso, teve que sair carregado para o banco de reservas. Willians sofreu uma forte torção no tornozelo direito e está impossibilitado de praticar futebol por tempo indeterminado. Maldonado entrou em seu lugar. Enquanto era examinado pelos médicos rubro-negros, Willians chorava e se contorcia de dor. Esperamos que volte logo, Willians!

E em três boas chegadas, o Boavista conseguiu o que tanto queria. Em uma jogada pela direita, Thiaguinho foi derrubado dentro da área por Maldonado. Pênalti! Na cobrança, Somália bateu com extrema calma e fez. 1 a 1.

Fim de papo no primeiro tempo.

O Flamengo voltou lento e desligado para o segundo tempo, não era o mesmo do começo da primeira etapa. Vários jogadores falharam em suas funções. A torcida pediu Negueba!

O lance polêmico do jogo veio à tona quando Paulo Rodrigues cobrou um escanteio. Enquanto era puxado dentro da área por Galhardo, Sheslon deixou a mão resvalar e desviou a trajetória da bola, enganando Felipe, que socou errado e acabou colocando a bola dentro do próprio gol. Era a virada do Boavista. Muita reclamação, mas, no final das contas, não adiantou de nada.

Pouco tempo depois, Joel tirou Bottinelli e lançou Negueba. A equipe ganhou mais velocidade pelo lado direito, mas ainda assim sofreu para criar boas jogadas.

Aos 25, Joel tentou sua última cartada. Tirou Deivid e mandou Diego Maurício para tentar “salvar a pátria”. Na base do abafa, o Flamengo ainda tentou algumas jogadas, mas nada adiantou.

O Flamengo estreou na Taça Rio com problemas, várias baixas e sem saber o que esperar do futuro.

Só digo uma coisa: a Libertadores logo estará de volta, e eu não quero ver ninguém com “disse-me-disse” e conversinha fiada ali dentro, nem aqui fora. Estou de saco cheio desse papo de que possivelmente Joel estaria querendo priorizar a Taça Rio e deixar de lado a Libertadores.

Que eu esteja errado. ABSURDAMENTE ERRADO.

SRN

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