Depois de um período afastado do universo rubro-negro, sem tempo (e, quando o tenho, faltam ideias) para escrever neste espaço — algo que me deixa profundamente triste — e sem energia para acompanhar o Flamengo desde a reta final do Brasileiro, aos poucos volto à vida ativa como torcedor apaixonado. Percebo, no entanto, que se tudo o que foi dito pelo Sr. Eduardo Bandeira de Mello e seus comandados for verdade, haverá outro grande desafio a enfrentar até que as coisas entrem nos eixos: a torcida.
E quando falo “torcida”, não me refiro apenas àquela que comparece ao Engenhão, Volta Redonda, Macaé, ou qualquer outro estádio. Refiro-me a todos, desde o torcedor mais apaixonado, que compra ingressos para todos os jogos e sempre está lá, gritando e apoiando o time, até o “torcedor de sofá”, que paga seu pay-per-view ou apenas acompanha pela TV aberta e rádio, quando pode.
A questão é delicada e será uma tarefa árdua para a nova diretoria fazer o torcedor entender que, neste ano, possivelmente não teremos NADA de relevante para comemorar. A menos que as vendas de camisas e produtos oficiais atinjam números extraordinários (positivamente, claro) por todo o país e que o marketing finalmente comece a funcionar de verdade.
Esse desafio se torna ainda mais complexo para aqueles que estão se deixando levar pelos resultados dentro de campo. A derrota para o Botafogo na semifinal da Taça Guanabara foi impactante, especialmente porque o time vinha apresentando um desempenho consistente nas rodadas anteriores. A equipe, que começou o campeonato desacreditada, deslanchou, mas caiu no momento decisivo — e isso, por mais clichê que soe, é difícil de aceitar.
Com o início do segundo turno do Carioca, somamos apenas um ponto em dois jogos contra equipes menores. Isso, porém, não me revolta. Alguns torcedores discordam do meu ponto de vista — com razão, afinal, todos querem o melhor para o time e exigem evolução. Contudo, compartilho a visão de muitos outros rubro-negros: você prefere uma vitória avassaladora sobre um Resende agora, seguida de um título Carioca e até de um Brasileiro, com o clube afundado em dívidas e sem perspectiva de melhora? Ou prefere um Flamengo que, neste momento, perde para times como Quissamã, Volta Redonda e Olaria, fica sem o título Carioca, sai na primeira fase da Copa do Brasil e alcança um modesto 12º lugar no Brasileiro, mas que, em dois ou três anos, volta a conquistar uma Libertadores, totalmente estruturado e com respeito e credibilidade resgatados?
Posso estar errado quanto ao tempo necessário para que o clube se reestruture e volte a ser gigante, e posso estar depositando confiança demais nessa nova diretoria. Mas acredito que essa é a linha de raciocínio que precisamos adotar.
E você, torcedor do Flamengo, tão apaixonado quanto eu, o que acha?
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