A história do Clube de Regatas do Flamengo – Apesar de tudo, campeão

1990 a 1999 – Apesar de tudo, campeão
Zico não esteve presente no Flamengo como jogador a partir de 1990, mas outro remanescente da gloriosa década rubro-negra continuou liderando a nova geração: Júnior, que havia retornado ao clube em 1989. Jogando no meio-campo, o craque conquistou mais dois títulos nacionais e um estadual, devolvendo ao Flamengo o posto de um dos melhores times do Brasil.
Em 1990, o Flamengo venceu a Copa do Brasil em seu segundo ano de existência. No Serra Dourada, segurou um empate por 0 a 0, garantindo o título, pois havia vencido o jogo de ida por 1 a 0, com gol de Fernando. Júnior começava a liderar a geração campeã da Copa São Paulo de Juniores, que contava com jogadores como Júnior Baiano, Piá, Fabinho, Marquinhos, Djalminha, Paulo Nunes e Nélio.
No ano seguinte, em um dos Campeonatos Carioca mais disputados da década, Júnior, o “Maestro da Gávea”, como passou a ser conhecido por seu futebol refinado, comandou a garotada rubro-negra rumo ao título estadual, junto com os experientes Zinho, Uidemar e Ferreirinha. O centroavante Gaúcho, com seus gols de cabeça, se tornou uma das principais armas do time.
O jogador Zinho
Em 1992, mesmo após a conquista estadual, o Flamengo entrou desacreditado no Campeonato Brasileiro. No início da campanha, parecia justificar a desconfiança, ficando para trás na classificação e sem forças para alcançar os primeiros colocados.
Mas, em uma arrancada sensacional, o time avançou para a fase decisiva, eliminou o favorito Vasco e humilhou a constelação de estrelas do Botafogo na final. Para se tornar pentacampeão brasileiro e ampliar sua vantagem como o maior vencedor da competição, o jovem time do Flamengo contou com os gols de Júnior, artilheiro da campanha com nove gols (um feito inédito para o jogador), e o apoio da Nação Rubro-Negra, que coloriu o Maracanã de vermelho e preto na final, espremendo os botafoguenses em um canto do estádio.
Nos dois anos seguintes, o Flamengo sofreu. Júnior se despediu dos gramados, deixando a Nação sem um ídolo. “Quem será nosso novo ídolo?” – perguntavam-se os rubro-negros.
Novos ídolos não correspondem
Em 1995, o ex-radialista Kléber Leite assumiu a presidência e trouxe Romário, craque da Copa do Mundo de 1994, conquistada pelo Brasil. O novo presidente tirou o melhor jogador do mundo do poderoso Barcelona. Junto com Romário, chegou Vanderlei Luxemburgo, treinador apontado pela imprensa como o melhor do país. A promessa de um futuro brilhante parecia certa. No ano do centenário, o Flamengo aparentava estar pronto para marcar a data com vitórias e títulos. Mas não foi exatamente o que aconteceu.
Na fase decisiva do Campeonato Carioca, o time abriu ampla vantagem sobre o segundo colocado e parecia encaminhado para dar a primeira alegria do ano. Contudo, em uma final emocionante, perdeu para o Fluminense por 3 a 2, com o histórico gol de barriga de Renato Gaúcho nos minutos finais, deixando escapar a taça.
A derrota abalou o início da gestão de Kléber Leite, que desfez parte do time e trouxe novos jogadores para o Campeonato Brasileiro. Em uma negociação habilidosa, contratou Edmundo, do Palmeiras, clube mais rico do Brasil na época, atingindo também o Vasco, ex-clube do jogador. Com Sávio e Romário formando o “ataque dos sonhos”, o Flamengo, no entanto, não foi bem no Brasileiro e perdeu o título da Supercopa dos Campeões da Libertadores. Mesmo com o Maracanã lotado pela torcida rubro-negra, o time venceu o Independiente da Argentina por 1 a 0, mas precisava de dois gols para conquistar o título.
Promessas e dois títulos cariocas
Romário chegou à Gávea em 1995 prometendo dar alegrias à torcida, mas, ao fim do primeiro ano, o artilheiro ainda não havia conquistado nada. Sem Edmundo, o presidente Kléber Leite movimentou os cofres e contratou novos jogadores. Do Fluminense, chegaram Lira, Márcio Costa, Djair e o técnico Joel Santana. Do Botafogo, o Flamengo trouxe Iranildo, e do Guarani, contratou o atacante Amoroso.
Com um elenco forte até no banco de reservas, o Flamengo conquistou o Campeonato Carioca de 1996 de forma invicta. Na final, um empate em 0 a 0 com o Vasco quebrou um jejum de três anos sem títulos.
A alegria, no entanto, durou pouco. Nas competições seguintes, o time não manteve o mesmo desempenho, e a diretoria fez diversas transações até 1998. Romário foi para a Europa e voltou. Em outra negociação habilidosa, Bebeto foi contratado, mas saiu pela porta dos fundos. Sávio também acabou sendo negociado com o Real Madrid.
Futuro promissor
A felicidade dos vascaínos se prolongou em 1999, quando Edmundo Santos Silva foi eleito presidente. Sem grandes contratações, o Flamengo limitou-se a manter o elenco e trouxe Gilmar Rinaldi como gerente de futebol. No início do Campeonato Carioca, o vice-presidente do Vasco, Eurico Miranda, desdenhou dos rivais, afirmando que disputariam o vice-campeonato. Porém, com muita raça, o Flamengo superou o rival e conquistou a 25ª taça estadual.
Durante o ano, o clube discutiu a proposta de parceria com a empresa suíça ISL e reforçou-se nos esportes amadores, trazendo Oscar, Virna e Leila para defender as cores rubro-negras. No futebol, o Flamengo conquistou a Copa Mercosul, seu primeiro título internacional em 18 anos, superando o Palmeiras na final com grandes atuações dos jovens Rodrigo Mendes, Lê e Reinaldo.
No dia 17 de dezembro, a parceria com a ISL foi assinada, anunciando um futuro de ainda mais glórias para o Flamengo no novo milênio.
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