A História do Clube de Regatas do Flamengo – Década maravilhosa

1980 a 1989Década maravilhosa

 

A década de 80 foi a que mais trouxe conquistas para o Flamengo. Anos em que a alegria de ser rubro-negro era maior do que qualquer outra coisa. Tempo em que Zico, o maior ídolo da história do clube, reinava nos campos de futebol, coadjuvado por estrelas como Raul, Leandro, Mozer, Rondinelli, Júnior, Andrade, Adílio, Júlio César, Tita, Nunes e Lico. Fora dos gramados, o esporte amador ganhava tudo o que disputava, na natação, basquete, remo e judô.

Embalado pelo tricampeonato carioca, em 1980, o Flamengo conquista o seu primeiro Campeonato Brasileiro – até então, no Rio de Janeiro, somente o Vasco havia se sagrado campeão nacional, em 1974. Depois de perder no Mineirão por 1 a 0, Raul, Toninho, Manguito, Marinho e Júnior; Andrade, Carpegiani e Zico; Tita, Nunes e Júlio César entram em campo no Maracanã com a obrigação de vencer. O esquadrão rubro-negro faz uma emocionante final com o Atlético-MG, ganha nos últimos minutos, com gol do centroavante rubro-negro. A explosão de alegria seria a primeira de muitas na década.

No ano seguinte, o Flamengo teve as maiores felicidades que um clube pode alcançar, tudo isso num espaço de dois meses. De novembro até o fim do ano, o time foi campeão estadual, da Taça Libertadores da América e Mundial, tornando-se o segundo time da história do futebol brasileiro a conquistar a glória de ser o melhor do planeta. De quebra, ainda devolveu uma goleada de 6 a 0 sofrida para o rival Botafogo em 1972 e que ficou por quase 10 anos entalada na garganta dos torcedores rubro-negros.


Participando pela primeira vez da disputa da Taça Libertadores da América, o Flamengo voltou todas as suas forças para essa competição. Mostrou ser bom de bola e valente sem ela também. Superou a violência dos rivais sul-americanos e conquistou o título de campeão do continente, em uma final muito disputada, com o Cobreloa, vencida por 2 a 0 no terceiro jogo, gols de Zico.

No dia 13 de dezembro de 1981, o Flamengo entrou em campo para o jogo mais importante da sua história. Raul, Leandro, Marinho, Mozer e Júnior; Andrade, Adílio e Zico; Tita, Nunes e Lico eram os onze encarregados de levar o clube rubro-negro à conquista do título mundial interclubes contra o Liverpool, poderoso time inglês.

O Mengão mostrou sua força, enfiou 3 a 0, gols de Nunes (2) e Adílio, já no primeiro tempo e se sagrou campeão do mundo. Era o êxtase maior da Nação, que, em todas as partes do planeta, cantou como nunca a alegria de ser rubro-negro.

No ano seguinte, mais motivo para sorrir, com a conquista do bicampeonato brasileiro. Da equipe campeã mundial, a única mudança havia sido a entrada do jovem Figueiredo no lugar do zagueiro Marinho. Na decisão, o Flamengo venceu o Grêmio no seu terreiro por 1 a 0, gol de Nunes, depois de passe de Zico, pra variar.

Em 1983, o terceiro título e a coroação de melhor time do Brasil da década, já no começo da mesma. Na final de Campeonato Brasileiro com maior público de todos os tempos (mais de 155.253 pessoas), o Flamengo novamente não deixou prevalecer a vantagem do empate do adversário, o Santos. Meteu um gol logo aos 40 segundos de jogo, com Zico, e ampliou com Leandro no fim da primeira etapa. No último minuto, Adílio, o melhor em campo, fechou a goleada. O clube rubro-negro se igualava ao Inter, tricampeão em 1976/76/79, como o clube de maior número de títulos nacionais do país.

Apesar do apogeu, o Flamengo perdeu o seu maior ídolo. Na época em que os clubes estrangeiros começavam a se tornar o eldorado do futebol mundial, Zico se transfere para o Udinese, da Itália, e a Nação fica orfã. O resultado é um jejum de títulos de três anos na década mais gloriosa do clube da Gávea.

O Galinho de Quintino não agüenta de saudades e volta em 1985. Os adversários tremem de novo e, mesmo em recuperação de mais uma cirurgia no joelho e envolvido com a seleção brasileira, comanda um time jovem ao título de campeão carioca de 1986, o segundo da década de 80. Nesta equipe despontava aquele que poderia ter sido o seu substituto, mas que não aproveitou a chance e se perdeu em outros clubes. Bebeto foi destaque da campanha e começou a se firmar entre os profissionais.

Em 1987, junto dos veteranos Leandro, Edinho e Andrade, dos novos talentos desenvolvidos na Gávea, como Jorginho, Aldair, Leonardo, Bebeto e Zinho, e de um endiabrado ponta direita, Renato Gaúcho, Zico levanta a quarta taça de campeão brasileiro, tornando, na época, o Flamengo em maior detentor de títulos nacionais de todos os tempos.

A década terminou de maneira triste para o Flamengo. Em 1989, o craque maior da história do clube da Gávea se despediu dos gramados e deixou uma legião enorme de fãs carentes. Como ficaria o Flamengo sem Zico? Ainda mais que Bebeto e jovens valores da equipe rubro-negra estavam sendo negociados, como Leonardo, Jorginho, Aldair e outros craques veteranos já haviam deixado o clube – Andrade e Renato Gaúcho foram para o Roma e depois retornaram para outros clubes brasileiros e Leandro abandonou os gramados.

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Tulio Rodrigues