A História do Clube de Regatas do Flamengo – Década maravilhosa
1980 a 1989 – Uma década maravilhosa
A década de 80 foi a mais vitoriosa da história do Flamengo. Anos em que a alegria de ser rubro-negro era inigualável. Foi o tempo em que Zico, o maior ídolo do clube, reinava nos campos, acompanhado por estrelas como Raul, Leandro, Mozer, Rondinelli, Júnior, Andrade, Adílio, Júlio César, Tita, Nunes e Lico. Fora das quatro linhas, o esporte amador do clube também brilhava, conquistando tudo o que disputava, seja na natação, basquete, remo ou judô.
Embalado pelo tricampeonato carioca de 1978, 1979 e 1979 (especial), o Flamengo conquistou, em 1980, seu primeiro Campeonato Brasileiro. Até então, apenas o Vasco, em 1974, havia sido campeão nacional entre os clubes cariocas. Depois de perder no Mineirão por 1 a 0, o Flamengo, com Raul, Toninho, Manguito, Marinho e Júnior; Andrade, Carpegiani e Zico; Tita, Nunes e Júlio César, entrou no Maracanã com a obrigação de vencer. E o fez, em uma emocionante final contra o Atlético-MG, com um gol nos últimos minutos de Nunes, desencadeando uma explosão de alegria que seria a primeira de muitas na década.
No ano seguinte, o Flamengo alcançou o auge de sua história, tudo em um intervalo de dois meses. De novembro a dezembro, o time foi campeão estadual, da Taça Libertadores da América e do Mundial, tornando-se o segundo clube brasileiro a conquistar o título de melhor do planeta. De quebra, ainda devolveu uma goleada de 6 a 0 sofrida para o Botafogo em 1972, lavando a alma dos rubro-negros.
Estreando na Taça Libertadores da América, o Flamengo focou todas as suas forças nessa competição. Mostrou ser habilidoso com a bola e valente sem ela, superando a violência dos rivais sul-americanos para conquistar o título continental. Na final, contra o Cobreloa, venceu por 2 a 0 no terceiro jogo, com gols de Zico.
No dia 13 de dezembro de 1981, o Flamengo entrou em campo para o jogo mais importante de sua história. Com Raul, Leandro, Marinho, Mozer e Júnior; Andrade, Adílio e Zico; Tita, Nunes e Lico, o Flamengo enfrentou o Liverpool, poderoso time inglês, e mostrou sua força. Com 3 a 0 no placar logo no primeiro tempo, com dois gols de Nunes e um de Adílio, o Flamengo se sagrou campeão do mundo. Foi o êxtase da Nação Rubro-Negra, que celebrou o feito em todo o planeta.
No ano seguinte, mais um motivo para sorrir: a conquista do bicampeonato brasileiro. Da equipe campeã mundial, a única alteração foi a entrada de Figueiredo no lugar de Marinho. Na final, o Flamengo derrotou o Grêmio por 1 a 0 em Porto Alegre, com gol de Nunes, após passe de Zico.
Em 1983, o Flamengo conquistou seu terceiro título brasileiro, consagrando-se o melhor time do Brasil na década. Na final do Campeonato Brasileiro, que teve o maior público da história (mais de 155 mil pessoas), o Flamengo enfrentou o Santos. Zico abriu o placar aos 40 segundos, e Leandro ampliou no fim do primeiro tempo. No último minuto, Adílio fechou a goleada, e o Flamengo igualou o Internacional, tricampeão em 1975, 1976 e 1979, como o clube com mais títulos nacionais.
Apesar das glórias, o Flamengo perdeu seu maior ídolo. Zico se transferiu para a Udinese, da Itália, deixando a Nação órfã e o clube sem títulos durante três anos.
O Galinho de Quintino, no entanto, não aguentou a saudade e voltou em 1985. Mesmo em recuperação de uma cirurgia no joelho e com compromissos na seleção brasileira, Zico comandou o Flamengo ao título carioca de 1986, seu segundo da década. Nessa equipe, Bebeto começou a se destacar, mostrando que poderia ser o sucessor de Zico.
Em 1987, Zico, ao lado de veteranos como Leandro, Edinho e Andrade, e de novos talentos como Jorginho, Aldair, Leonardo, Bebeto e Zinho, além do endiabrado Renato Gaúcho, levou o Flamengo à conquista do tetracampeonato brasileiro, tornando o clube o maior vencedor de títulos nacionais até então.
A década terminou de forma triste para o Flamengo. Em 1989, Zico, o maior craque da história do clube, despediu-se dos gramados, deixando uma legião de fãs carentes. Bebeto e outros jovens talentos, como Leonardo, Jorginho e Aldair, também foram negociados. Craques veteranos, como Andrade e Renato Gaúcho, também saíram, e Leandro decidiu pendurar as chuteiras.
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