Milagre é o C4$%lh0! (Uma noite inesquecível e dolorosa no Engenhão)

Tulio Rodrigues

Não acredito em milagres, sou ateu, mas sempre acredito no Flamengo! Como já disse antes, o Flamengo é a minha única possibilidade de experimentar a fé. Fui ao Engenhão com essa fé inabalável no time, acreditando que venceríamos o Lanús para honrar o Manto, o apoio da torcida e, acima de tudo, o próprio Flamengo. Em nenhum momento precisávamos de um milagre; o que precisávamos era que o time fosse *Flamengo* naquela noite!

Confesso que pouco me importava com o jogo no Paraguai; meu foco estava no Flamengo, esperando ver o time se entregar em campo, com os jogadores suando a camisa e, acima de tudo, a bola na rede do Lanús.

Dentro de campo, os jogadores fizeram sua obrigação: jogaram bem, Ronaldinho desequilibrou, e os gols foram acontecendo. Se houve sustos, foram poucos, e nada que comprometesse a nossa vitória. O Flamengo fez 3 a 0 com autoridade, demonstrando que não haveria uma nova catástrofe como aquela contra o Olimpia no mesmo Engenhão. Aí cabe a pergunta: por que não jogaram assim desde o início da Libertadores?

Quando percebi que nossa vitória estava garantida e soube que o Emelec havia empatado no Paraguai, minha atenção se voltou para lá, e pensei: “Porra, vamos nos classificar, é possível!” Meu coração acelerava tanto que achei que teria um infarto. Quando o jogo no Paraguai se encaminhava para o empate (2 a 2), as lágrimas começaram a surgir, meu corpo tremia… Emoção à flor da pele… Chorei abraçado à minha esposa e aos meus amigos, que largaram tudo em São Paulo e na Bahia para ver o Flamengo jogar.

Não venham com essa de que o time fez a parte dele. O que eles fizeram era o mínimo, e também uma obrigação. Só chegamos a essa situação porque o time não fez a parte dele quando deveria, porque a diretoria não planejou adequadamente a competição, porque a comissão técnica não estudou nossos adversários, porque alguns jogadores foram omissos e outros infantis. Tudo isso é inadmissível para uma competição que era prioridade no primeiro semestre.

Será que diretoria, jogadores e comissão técnica não sabem que estão lidando com o Flamengo? Que o Flamengo mexe com o amor e a paixão de milhares de pessoas? É impossível ser conivente com quem faz do Flamengo uma bagunça administrativa e de planejamento. Ganhar o Carioca não vai apagar a péssima campanha na Libertadores, que culminou nessa eliminação histórica. Culpados? Todos!

O Flamengo não perdeu a vaga na quinta-feira; perdeu naquele jogo contra o Olimpia, no Engenhão. A partir dali, as coisas começaram a desandar! Outra constatação: o time, em campo, não fez por merecer continuar na Libertadores.

Ainda estou com a alma dolorida, um rombo no coração e uma tristeza indescritível. Meus pés doem, a cabeça explode, e meu corpo reclama pelos excessos de amor. Não me arrependo de nada, faria tudo novamente. Esse é o preço que, às vezes, pago por amar o Flamengo, quando decência e seriedade não são princípios básicos de quem o representa dentro e fora de campo. O preço da dor!

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