Arte de Paulo Sérgio (@Pausse) |
Texto do jornalista Renato Zanata Arnos feito a convite do Blog Ser Flamengo
Sobre momentos marcantes no velho e saudoso Maracanã, os que mais relembro, e com imenso carinho, foram dois jogos em que o Adílio brilhou intensamente. Um pelo Flamengo e outro pela seleção brasileira.
Pelo rubro-negro carioca, refiro-me ao primeiro jogo da finalíssima da Copa Libertadores da América, edição de 1981, realizado no dia 13 de novembro. Naquela peleja, eu com os meus quase 15 anos de idade (sou de 15/12) estava acompanhado do meu pai, e assistimos o jogo das cadeiras azuis, ali entre as arquibancadas e a Geral, bem no meio do campo, lado das cabines de rádio e tv.
Dali eu vi o Brown infernizando os chilenos botinudos do Cobreloa, e também participando dos históricos gols marcados pelo galinho Zico. No primeiro tento, uma assistência açucarada, e no segundo, foi Brown quem sofreu o pênalti convertido pelo nosso eterno camisa 10 da Gávea.
Saí do Maraca com a sensação de que ele, o “Mario Filho”, era nosso, era e sempre foi da torcida do Flamengo, pois só dava Mengo naquela época. Eu nunca mais esqueci a sensação maravilhosa que foi chegar ao estádio e me encaminhar para o setor das cadeiras azuis, vendo aos poucos cada pedaço da cancha iluminada pelos refletores, e ouvindo cada vez mais alto a “voz da Suderj” e o som da Charanga rubro-negra.
A outra partida em que o Adílio fez do Maraca a sua casa foi diante dos alemães, que seriam vice-campeões do mundo naquele mesmo 1982. Dos corredores (pois o estádio estava superlotado) nas cadeiras azuis, em companhia de um tio tricolor, assisti o maestro Brown fazer outra bela exibição, justo na única partida daquela seleção canarinho do Telê, que pude ver ao vivo.
Por mais que eu já fosse um torcedor assíduo do Maraca, acompanhando e comemorando vários títulos do Flamengo naquele histórico templo do futebol mundial, ver a seleção brasileira recheada de jogadores do meu time do coração, e testemunhar de perto o quanto os meus maiores ídolos foram importantes pra desbancar uma baita Alemanha Ocidental, foi inesquecível. E por estar lotado demais da conta – tinha gente de vários cantos do Brasil – nós só conseguimos lugar atrás da baliza onde o Júnior marcou aquele que ele próprio considera um dos mais belos gols da sua carreira.
Lembro que tentamos mudar de lugar, mas corríamos o risco de nem conseguir ver o jogo, caso saíssemos de onde estávamos. E foi justo ali daquele lado, naquele canto do campo que me restou, que a dupla rubro-negra Adílio e Júnior, dois dos meus heróis de carne e osso, protagonizaram um dos mais bonitos lances da história do velho Maraca.
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Renato Zanata Arnos é jornalista e escritor. Lançou recentemente a biografia de Adílio, “Adílio – Camisa 8 da Nação” e é autor também de “Sarriá – O que faltou ao futebol arte”.
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